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Câncer do colo do útero: sintomas e o que você precisa saber

Saiba a importância da detecção e do tratamento precoce das lesões causadas pelo papilomavírus humano (HPV).

​​​​​​​​​​​​​O câncer do colo do útero, ou câncer cervical, é um tipo de tumor que se desenvolve na porção mais distal (distante do centro) do útero, que está em contato com a vagina, normalmente na transição entre a camada externa (epitélio escamoso) e interna (epitélio glandular) do colo uterino. Esta é uma região de grande renovação celular e um ambiente propício para as células cancerígenas se proliferarem. 

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Aqui vamos falar mais sobre essa doença, seus fatores de risco, sintomas e formas de tratamento com a ajuda da Dra. Mariana Scaranti, oncologista especialista em câncer ginecológico do Hospital 9 de Julho. ​

O que causa o câncer do colo uterino?

Esse tipo de câncer é principalmente consequência da contaminação pelo Papilomavírus humano (HPV), de transmissão sexual. É um vírus extremamente disseminado na população, porém, apenas alguns subtipos – 16 e 18 – estão relacionados com o desenvolvimento do câncer, chamados de alto risco oncogênico.  Eles podem causar lesões de alto grau no colo uterino, que em 5 a 10 anos, sem tratamento, podem evoluir e desenvolver o câncer.​  

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​Quais são os dados/estatísticas da doença no Brasil? 

O câncer do colo uterino ocupa a terceira posição entre os tipos de câncer mais prevalentes na população feminina brasileira, de acordo com cálculo do Instituto Nacional do Câncer (Inca) de 2020, com 16.590 casos novos estimados. A mortalidade por esse câncer é próxima de 50%, com acometimento de mulheres jovens em sua maioria, principalmente de 40 a 45 anos. 

Quem tem maior risco de desenvolver esse tipo de câncer?​​​ 

Uma pessoa com múltiplos parceiros sexuais e que não usa preservativo, teoricamente, teria mais risco de se infectar com o HPV e, consequentemente, mais chances de ter câncer cervical. Porém, sabemos que isso não se aplica totalmente ao HPV, uma vez que o vírus é muito disseminado em nossa população e pode ficar latente por anos no organismo. Além do mais, o preservativo não impede totalmente a transmissão, uma vez que o contágio pode acontecer pelo simples contato pele a pele dos genitais externos. De qualquer forma, o preservativo diminui a taxa de transmissão e é importante que seja utilizado. Concluindo, não há um perfil específico de risco para o câncer do colo uterino. 

Há algum perfil específico na população feminina que eleva esse risco?​ 

O HPV é um vírus oportunista, portanto, ele representa maior perigo de causar câncer em organismos em que ele consegue permanecer ativo por anos, como das pessoas com imunidade baixa. Além de portadores de doenças como a Aids ou os transplantados renais em uso de imunossupressores, indivíduos sem doenças, mas que não têm regularidade de sono, possuem alimentação pobre em frutas, verduras e vegetais, são sedentárias e fumam têm mais propensão a desenvolver o câncer do colo uterino. 

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Como se prevenir? 

Existem algumas maneiras de evitar o câncer do colo do útero. A primeira é se precaver contra a infecção pelo HPV, evitando comportamentos que facilitem a transmissão do vírus ou a permanência dele no organismo. Portanto, o uso do preservativo nas relações sexuais, uma rotina regular de sono, alimentação rica em frutas, verduras e legumes, a prática de atividades físicas e não fumar cumprem esse papel. 

Outra forma de prevenção é ativar a imunidade contra o vírus, por meio da vacina contra o HPV. Ela apresenta eficácia de quase 100% para os adolescentes (de 9 a 14 anos), mas também se provou eficaz em mulheres de outras faixas etárias, inclusive as que já tiveram contato com o vírus. E, por fim, o rastreamento de lesões de alto grau no colo do útero, que podem evoluir para o câncer se não tratadas, as chamadas neoplasias intraepiteliais (NIC 2 e 3), diagnosticadas por meio do teste do HPV em conjunto com o exame de Papanicolau. 

Quais são os sintomas da enfermidade? 

O câncer do colo uterino é silencioso nas fases iniciais ou no estágio das lesões precursoras (NIC 2 e 3). Quando provoca um tumor maior no colo uterino, pode causar sangramento, por vezes volumoso, fora do período menstrual ou nas relações sexuais; corrimento com odor ruim; dores como cólicas com irradiação para as pernas ou a região lombar e inchaço em uma das pernas. 

Como é feito o diagnóstico do câncer do colo do útero? 

O diagnóstico precoce pode ser realizado por meio dos exames de rastreamento periódicos, que são o teste do HPV e a citologia cervical, o conhecido das mulheres teste de Papanicolau. Se houver alguma alteração no “papa" ou no teste do HPV que mostre os subtipos mais perigosos – o 16 e 18 –, a mulher é encaminhada para a colposcopia. Por meio do microscópio, o médico consegue ver as alterações no colo uterino e fazer biópsia, que pode levar ao diagnóstico do câncer. Se a lesão for visível a olho nu, o médico também procede à biópsia com o uso do espéculo vaginal. Por isso é sempre importante ser examinada na sua visita regular ao ginecologista ou oncoginecologista. 

Quais as chances de cura do câncer cervical?

De acordo com a Dra. Mariana Scaranti, oncologista especialista em câncer ginecológico do Hospital 9 de Julho​, as chances de cura variam de acordo com o estadiamento do tumor, ou seja, o quanto esse câncer encontra-se disseminado com base na sua origem, que é o colo uterino. Em seus estágios iniciais – quando o tumor está restrito ao colo –, a chance de cura é acima de 90%. Essa taxa vai decaindo conforme a doença se espalha para os órgãos vizinhos, linfonodos (ínguas) e órgãos a distância (metástases). A taxa de cura também depende muito da resposta da doença ao tratamento e como a paciente realiza esse enfrentamento. 

Como é feito o tratamento do câncer cervical? 

Depende em que estágio a doença está no momento do diagnóstico. Quando está bem inicial, muitas vezes, uma cirurgia no colo do útero já é suficiente, podendo preservar o útero e a fertilidade da mulher. Mas se já está com um tamanho maior, mas restrito ao colo do útero, procedemos à retirada do útero e dos gânglios da região. E se estiver invadido os ligamentos do útero ou dos órgãos vizinhos, o melhor tratamento é a radioterapia. 

Qual o conselho para as mulheres que estão sob tratamento da doença e como devem fazer esse enfrentamento?​​​ 

Segundo a médica: “Primeiro, empatia e suporte! Todo diagnóstico de câncer traz consigo inseguranças e medos. Informação de qualidade e suporte médico e familiar faz toda a diferença. Gostaria de esclarecer que, atualmente, temos muitos recursos para o diagnóstico precoce da doença e o melhor tratamento para os diferentes estágios do câncer do colo uterino – desde cirurgias que preservam a capacidade da mulher de ter filhos até protocolos de com radioterapia e quimioterápicos com excelentes taxas de resposta, quando necessários", explica a especialista. Ela acrescenta: “Por isso, encontre apoio nos profissionais de saúde para auxiliarem você nesse caminho, contando não só com os médicos, mas também com nutricionistas e psicólogos, que têm papel fundamental em todo o processo. Desenvolva a sua espiritualidade e autocuidado. Você não estará sozinha nesta jornada."​​

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