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Doenças Respiratórias

5 minutos de leitura

Asma: como tratar o problema?

Doença respiratória é uma das mais comuns no Brasil
LM
Dr. Leonardo Mendonça - Imunologista e alergista Atualizado em 14/03/2024

Respirar com dificuldade, tosse persistente e chiado no peito: esses são alguns dos sintomas da asma, uma doença crônica que acomete as vias aéreas e afeta aproximadamente 300 milhões de pessoas em todo o mundo. Trata-se de uma das doenças respiratórias crônicas mais comuns, ao lado da rinite alérgica e da doença pulmonar obstrutiva crônica. 

O que é asma?

A asma é uma doença inflamatória pulmonar crônica que causa o estreitamento das vias aéreas, dificultando a passagem de ar. O quadro acomete as vias respiratórias inferiores, os chamados brônquios, tubos que levam o ar para os pulmões. A asma faz com que as vias aéreas inchem, se tornem estreitas e produzam muco extra, dificultando a respiração. 

O que pode causar asma?

Não existe uma causa conhecida, mas sabe-se da contribuição do histórico familiar e de fatores genéticos e ambientais. Podem desencadear um quadro de asma: 

  • Alérgenos: poeira, ácaros, pelos de animais, pólen e mofo; 
  • Exercícios físicos: principalmente em ambientes frios e secos; 
  • Ar frio: pode contrair as vias aéreas e dificultar a respiração; 
  • Fumaça: cigarros, incensos e outros irritantes pulmonares; 
  • Infecções respiratórias: gripes e resfriados; 
  • Questões emocionais**:** riso, choro e estresse.  

Quais são os tipos de asma?

Podemos classificar a asma nos seguintes tipos:  

  • Asma alérgica: é desencadeada ou piorada por fatores alérgicos (poeira, ácaros, pelos de animais, cheiros fortes, pole e mofo especialmente). Correspondem a 90% dos quadros de asma em crianças e 60% em adultos.    
  • Asma Brônquica: é um sinônimo para asma. Trata-se da inflamação crônica dos brônquios com inchaço, estreitamento e dificuldade para a passagem do ar.    
  • Asma crônica: significa que a doença é de longa duração e seus momentos de piora são chamados de crises de asma.   
  • Asma não alérgica: Mais frequente em adultos, ocorre em resposta a fatores externos como exercícios físicos, estresse, ansiedade, ar frio ou seco.  

Vale lembrar que bronquite e asma são doenças diferentes.  A asma é um processo inflamatório das vias aéreas que pode ter origem alérgica ou não, mas que não tem um agente infeccioso envolvido. A bronquite é uma inflamação das vias aéreas (brônquios) por um processo infeccioso, seja por vírus ou por bactéria.  

Quais são os sintomas de asma?

Os sintomas mais comuns em quadros de asma são: 

  • Falta de ar ou dificuldade para respirar; 
  • Tosse seca, especialmente à noite ou após exercícios; 
  • Chiado no peito; 
  • Sensação de aperto no peito ou peito pesado; 
  • Dificuldade para respirar ao falar ou fazer exercícios; 
  • Fadiga  

Esses sintomas variam durante o dia, podendo piorar à noite ou de madrugada e com as atividades físicas.   

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da asma é feito por um médico, com base nos sintomas, histórico médico e exames, como: 

  • Espirometria: mede a quantidade de ar que você consegue inspirar e expirar. 
  • Teste de provocação brônquica: verifica se as vias aéreas reagem a certos estímulos. 
  • Oximetria: mede a quantidade de oxigênio no sangue. 
  • Radiografia de tórax: pode contribuir no diagnóstico diferencial da agudização. 
  • D****osagens de IGEs específicas**:** podem auxiliar na identificação dos principais alérgenos, permitindo que a família fique mais atenta a essa exposição. 

Asma tem cura?

A asma não tem cura, mas pode ser controlada com tratamento adequado. O objetivo do tratamento é reduzir a inflamação das vias aéreas e prevenir crises. 

Como é feito o tratamento?

O tratamento contempla medidas medicamentosas e não medicamentosas. O profissional pode indicar medicamentos de uso contínuo e/ou pontual. Entre eles: 

  • B****roncodilatadores: relaxam as vias aéreas e facilitam a respiração. 
  • Corticosteroides inalatórios: reduzem a inflamação das vias aéreas. 
  • Modificadores de leucotrienos: bloqueiam a ação de substâncias que causam a inflamação das vias aéreas. 
  • Imunoterapia: vacinas que fazem o corpo entender que o alérgeno (proteína alérgica) não é estranho ao corpo. 
  • Tratamentos modernos com agentes imunobiológicos: são capazes de trazer grande melhoria na asma sem trazer eventos adversos graves. 

O cuidado com o ambiente também é essencial. No caso do asmático, é importante: 

  • Reduzir o número de objetos que acumulem poeira e ácaros; 
  • Evitar a fumaça do cigarro; 
  • Manter os ambientes arejados e limpos 

Em casos de crises mais graves, o paciente pode necessitar de oxigênio. Portanto, se você tem essa doença crônica, esteja atento aos sintomas e, sempre que necessário, procure o serviço de saúde. 

O Centro Médico do Hospital Nove de Julho, em São Paulo, conta com um diverso corpo clínico habilitado no tratamento da asma, com profissionais como pneumologistas, alergologistas/imunologistas e fisioterapeutas respiratórios. 

Crise de asma: o que fazer?

A indicação é de que todo asmático faça acompanhamento regular com um médico que poderá ser acionado durante uma crise. Esse profissional indicará a melhor conduta e eventuais medicamentos de resgate da crise. Além disso, indicará se é ou não o caso de procurar um pronto-atendimento. 

De qualquer forma, algumas orientações podem ser úteis nesse momento: 

  • Tentar m****anter a calma: o nervosismo pode piorar a crise. 
  • Sentar-se em posição ereta: facilita a respiração. 
  • Usar o broncodilatador de resgate: conforme orientação médica. 
  • Procurar atendimento médico: se a crise não melhorar com o broncodilatador. 

Autocuidados necessários para quem tem asma

Algumas medidas e hábitos podem melhorar a qualidade de vida de quem tem asma. Entre elas, podemos destacar:  

  • Evitar os gatilhos da asma: como poeira, ácaros, pelos de animais, pólen, mofo, ar frio e fumaça. 
  • Manter a casa limpa: para reduzir a quantidade de poeira e ácaros. 
  • Lavar as mãos com frequência: para evitar infecções respiratórias. 
  • Praticar exercícios físicos regularmente com acompanhamento médico. 
  • Ter uma alimentação saudável rica em frutas, verduras e legumes. 
  • Manter o peso ideal: a obesidade pode piorar a asma. 
  • Vacinar-se contra a gripe e pneumonia: para evitar infecções respiratórias.  

Alimentos que pioram a asma

Certas substâncias podem piorar os sintomas da asma em algumas pessoas, como: 

  • Sulfitos: presentes em alguns vinhos, frutas secas e frutos do mar. 
  • Salicilatos: presentes em frutas cítricas, tomates, chá preto e café. 
  • Tartrazina**:** corante artificial presente em alguns alimentos e bebidas. 
  • Glutamato monossódico: realçador de sabor presente em alguns alimentos ultraprocessados.
Escrito por
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Dr. Leonardo Mendonça

Imunologista e alergista
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