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Fibrilação atrial: o que é, quais os riscos e como tratar

Condição pode causar problemas graves como AVC e insuficiência cardíaca.

​​​Batimentos em ritmos irregulares, tontura e dor no peito são alguns dos sintomas da fibrilação atrial, uma condição que acomete o coração e pode provocar consequências graves, caso não seja devidamente tratada.   

Acompanhe o texto e saiba mais sobre os fatores de risco, diagnóstico e tratamento dessa doença. 

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​​O que é fibrilação atrial? 

Fibrilação atrial é uma alteração no ritmo do coração que pode, em pacientes de alto risco, causar problemas graves como o AVC​ (acidente vascular cerebral, popularmente o derrame cerebral) e a insuficiência cardíaca. 

Esta arritmia acontece nas câmaras superiores do coração, chamados de átrios, cuja função é receber o sangue do corpo (pelas veias) e direcioná-lo para os ventrículos (cavidades inferiores do coração) que, então, enviam o sangue de volta ao organismo (através das artérias), fazendo a circulação do sangue ocorrer.  

Desta forma, a fibrilação atrial interfere numa parte do processo da circulação de sangue. Ela se caracteriza pela desorganização elétrica nos átrios, o que promove uma perda da sua contração mecânica e faz com que os ventrículos se contraiam (batam) de forma rápida e irregular.  

​​​O que causa fibrilação atrial? 

Estima-se que a fibrilação atrial irá acometer 1 a cada 3 adultos com mais de 50 anos de idade. Apesar de poder ocorrer em pessoas sau​​​dáveis, a arritmia é muito mais comum em idosos e em pessoas com outras doenças ou hábitos de vida inadequados. Assim, existem alguns fatores de risco que podem aumentar a chance de uma pessoa desenvolver a fibrilação atrial. São eles: 

  • Idade avançada, especialmente após os 65 anos; 
  • Doenças do coração, inclusive doença coronariana (infarto do miocárdio), e doenças congênitas (anormalidades estruturais do órgão no nascimento); 
  • Hipertensão (pressão alta); 
  • Anormalidade na função do músculo cardíaco; 
  • Diabetes; 
  • Baixo nível de oxigênio no sangue; 
  • Obesidade e sedentarismo; 
  • Tabagismo e excesso de álcool; 
  • Cirurgia cardíaca ou pulmonar recente.    

​Quais são os sintomas de fibrilação atrial? 

A arritmia é caracterizada por uma atividade elétrica dos átrios rápida e desorganizada, o que leva à perda da contração atrial e a uma frequência irregular dos batimentos cardíacos.  

Muitas pessoas não sentem a fibrilação atrial. Nos casos em que os pacientes são assintomáticos, é importante o acompanhamento cardiológico regular, principalmente para os indivíduos de maior risco para ter a arritmia. Essa medida facilita o diagnóstico precoce e a prevenção de complicações. 

 Os principais sintomas da fibrilação atrial são: 

  • Palpitações rápidas e irregulares são os sintomas mais comuns. 
  • Respiração curta e falta de ar. 
  • Tontura e raramente desmaio. 
  • Desconforto ou dor no peito (angina). 
  • Fraqueza ou cansaço aos esforços.   

O acompanhamento com um médico cardologista é fundamental para a prevenção, detecção precoce e tratamento adequado para qualquer cardiopatia, inclusive a fribrilação atrial.  

​Como é feito o diagnóstico? ​

O diagnóstico da fibrilação atrial é relativamente simples. O médico pode suspeitar da arritmia ao detectar os batimentos rápidos e irregulares ao ouvir o coração com um estetoscópio e/ou sentir as batidas anormais ao tocar o pulso do paciente. Entretanto, a confirmação do diagnóstico depende do registro em algum eletrocardiograma. 

A fibrilação atrial é facilmente identificada como um padrão irregular no eletrocardiograma, um exame simples e de fácil execução que analisa a atividade elétrica do coração.  

Se a fibrilação atrial ocorrer ocasionalmente, pode ser detectada por meio do monitoramento eletrocardiográfico estendido através de dispositivos como o Holter-24h (que registra continuamente o eletrocardiograma por 24 horas) ou o Looper (monitor de eventos), que registra de forma intermitente o eletrocardiograma por período de tempo maior que três dias. 

Outros exames podem ser realizados para identificar causa subjacente à fibrilação atrial: 

  • Exames de sangue: podem ser realizados para identificar anormalidades nos níveis de oxigênio, eletrólitos ou hormônios da tireoide. 
  • Radiografia de tórax: pode mostrar aumento do coração, insuficiência cardíaca ou alterações nos pulmões. 
  • Teste de esforço em esteira combinado com um eletrocardiograma contínuo: pode revelar a presença de doença coronariana. 
  • Ecocardiografia: utiliza ondas ultrassônicas para criar uma imagem das câmaras cardíacas, válvulas e da membrana que envolve o coração (pericárdio) e para analisar a dimensão atrial.  Este parâmetro é importante, pois restaurar o ritmo normal do coração pode ser mais desafiador em pacientes com fibrilação atrial e átrios dilatados.  

A inteligência artificial também é uma ferramenta que tem crescido no meio médico ao redor do mundo. Uma das suas aplicações é no diagnóstico de pacientes com fibrilação atrial. O Hospital Nove de Julho e a Dasa tem corrido na frente e vem utilizando de rotina a IA para auxiliar no diagnóstico eletrocardiográfico desta arritmia e no adequado reconhecimento e manejo, principalmente dos pacientes assintomáticos e sob maior risco. 

Vale mencionar que, atualmente, os relógios inteligentes, chamados de Smart Watches, permitem suspeitar de fibrilação atrial. Eles podem sugerir episódios de arritmia pelo comportamento da frequência cardiaca ou, até mesmo, por pequenos registros de eletrocardiogramas simplificados.  

​​Fibrilação atrial é grave? 

Sim. Inúmeros estudos clínicos demonstram que pacientes com fibrilação atrial apresentam maior risco de mortalidade cardiovascular, incidência de AVC e desenvolvimento de insuficiência cardíaca. Entretanto, não são todos os pacientes com fibrilação atrial que apresentam estes riscos e o diagnóstico e manejo pelo especialista é importante para oferecer a melhor opção de tratamento. 

Como na fibrilação atrial existe um prejuízo na contração dos átrios, o apêndice atrial esquerdo (localizado no átrio esquerdo) pode ter seu esvaziamento comprometido e, em alguns pacientes considerados de risco, permitir a formação de coágulos que poderão migrar para diferentes partes do corpo, causando a obstrução de vasos sanguíneos que irrigam diferentes órgãos, como cérebro, rins, intestinos, os membros inferiores e até mesmo as coronárias do coração.  

O órgão mais frequentemente acometido é o cérebro e a obstrução de uma das suas pequenas artérias provoca o AVC isquêmico (acidente vascular cerebral). 

A insuficiência cardíaca pode ser outra complicação da fibrilação atrial. Ela é caracterizada pela redução da capacidade dos ventrículos do coração em bombear o sangue de forma suficiente para o corpo, podendo causar falta de ar progressiva, hospitalizações ou até mesmo a morte.  

Pacientes que têm diagnóstico de insuficiência cardíaca podem ter mais chance de desenvolver fibrilação atrial. Então, existe uma co-associação, o que aumenta o risco do paciente pelas consequências das duas doenças. 

​​​​Como é feito o tratamento para fibrilação atrial? 

Os principais objetivos do tratamento da fibrilação atrial são: reduzir as complicações, modificar os fatores de riscos e aliviar os sintomas.  

As doenças associadas, que podem contribuir para o desenvolvimento de fibrilação atrial, devem ser adequadamente tratadas e controladas, como a pressão arterial elevada, o diabetes e a obesidade.  

O paciente também precisa parar de fumar e de ingerir bebidas alcoólicas, além de abandonar o sedentarismo e praticar regularmente alguma atividade física. 

Alguns pacientes portadores de fibrilação atrial são de elevado risco para o AVC embólico. Estes indivíduos podem ser tratados com o uso de anticoagulantes orais. No entanto, nem todos os pacientes com fibrilação atrial precisam usar o anticoagulante e, por isto, a avaliação médica especializada é importante.  

Para aqueles em uso da medicação, a monitorização periódica no consultório é necessária para a observação e evitar potenciais sangramentos pelo anticoagulante oral, pois o medicamento tem a finalidade de “deixar o sangue mais fino", ou seja, menos coagulável e, assim, evitar a formação de coágulo no coração.   

Uma minoria dos pacientes não podem usar estas medicações, existindo uma alternativa de tratamento que é a colocação por cateterismo de uma prótese oclusiva no apêndice atrial esquerdo para evitar a formação de coagulo e, assim, a sua principal consequência: o AVC.  

​​​Ablação por cateter 

Atualmente, existe um procedimento chamado ablação por cateter em que se objetiva a restauração e manutenção do ritmo normal do coração com um sucesso cada vez maior e baixo risco de complicações.  

Esse tratamento é um tipo de cateterismo minimamente invasivo realizado através de uma veia da "virilha" (chamada, veia femoral), sem nenhum corte, com a intenção de chegar ao coração para localização e "cauterização" dos gatilhos que causam a fibrilação atrial.  

Na grande maioria das vezes, as veias pulmonares causam descargas elétricas rápidas que levam à arritmia e, assim, a ablação por cateter tem como a objetivo principal a eliminação desses gatilhos. 

O procedimento é feito por um cardiologista sub-especialista, denominado eletrofisiologista. Não deve ser usado em todos os pacientes. A indicação deve ser individualizado e feita após a avaliação do médico responsável. 

O Hospital Nove de Julho possui um centro especializado no tratamento das arritmias cardíacas, sendo o único hospital em São Paulo a realizar esse procedimento, em uma parceria com a  J&J Medtech, empresa referência em soluções inteligentes, personalizadas e menos invasivas em cirurgia.  

​Que médico procurar? 

Os cardiologistas são os médicos que geralmente acompanham e fazem o tratamento clínico dos pacientes com fibrilação atrial. Existem ainda os médicos cardiologistas que são especialistas no manejo de arritmias como a fibrilação atrial, que são chamados de eletrofisiologistas. Estes realizam procedimentos como a ablação por cateter, implante de marca-passos e a oclusão percutânea do apêndice atrial esquerdo.  

O mais importante nesta arritmia é fazer o correto diagnóstico, prevenir o seu acontecimento, evitar suas complicações e controlar os sintomas. 

​​Centro de Arritmias do Hospital Nove de Julho 

O Centro de Arritmias é uma unidade especializada do Hospital Nove de Julho dedicada ao atendimento e tratamento de pacientes que possuem doenças que alteram o ritmo do coração. 

As arritmias podem acontecer por aceleração (taquicardia) ou redução (bradicardia) dos batimentos do coração. Para adequadamente realizar o seu diagnóstico e tratamento é necessário agilidade na implementação da investigação. 

No Hospital Nove de Julho, o Centro de Arritmias fornece uma abordagem multidisciplinar ao tratamento das arritmias, possuindo as melhores e mais modernas ferramentas para o diagnostico e tratamento. 

O Centro de Arritmias do Hospital é uma referência no país no uso da Inteligência Artificial (I.A.) para detecção das arritmias cardíacas. Assim, todo eletrocardiograma realizado no hospital é submetido a uma plataforma de I.A. para fornecer rápida e acuradamente o diagnóstico e, assim, a implementação do melhor tratamento. 

O hospital também possui um laboratório de Eletrofisiologia com modernos equipamentos para permitir o mais eficaz e seguro tratamento da arritmias. Sendo que o núcleo de cardiologia interege com o corpo clínico em outras especialidades, permitindo um melhor cuidado do paciente. 

Vale memcionar ainda que o Nove de Julho possui um pronto-socorro cardiológico em tempo integral: 24 horas por dia, sete dias por semana. 

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