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Neurologia

4 minutos de leitura

Sintomas de Alzheimer: quais são os primeiros sinais da doença?

Problemas de memória e desorientação são indícios de que o cérebro pode estar sofrendo com o problema e devem ser avaliados por um especialista
DH
Dr. Diogo Haddad Santos - Neurologista Atualizado em 02/02/2024

A doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que corresponde a cerca de 60% dos diagnósticos de demência no mundo. A condição é progressiva e apresenta diferentes estágios durante sua evolução. Continue a leitura pra entender melhor os sintomas de alzheimer, formas de tratamento e prevenção e ainda como é feito o diagnóstico. 

O que é Alzheimer?

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa do sistema nervoso central em que ocorre uma deposição de proteínas conhecidas como beta-amiloides no cérebro. Isso faz com que as células nervosas (os neurônios) tenham um mau funcionamento, afetando principalmente (mas não só) a área responsável pela memória, pelo pensamento e comportamento. 

A doença é hoje considerada a forma mais comum de demência no mundo, sendo detectada em cerca de 60% a 70% dos casos diagnosticados, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde).  

O que causa Alzheimer?

A causa do Alzheimer ainda não é totalmente conhecida, mas acredita-se que seja uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Doenças pré-existentes como diabetes, hipertensão arterial e depressão; e hábitos de vida como sedentarismo e isolamento social, são fatores que aumentam o risco para desenvolver a doença na velhice.  

A genética também pode contribuir, embora de forma mais rara. Quando isso acontece, a doença se manifesta de forma mais grave, com evolução mais rápida e de início precoce. O risco aumenta quando os indivíduos têm parentes de primeiro grau acometidos pela condição. 

Quais são os primeiros sintomas de Alzheimer?

Os primeiros sintomas da doença de Alzheimer podem ser sutis, como alguns lapsos de memória ou alguma dificuldade com atividades do dia a dia. É bastante comum que, nessa fase, amigos e familiares atribuam essas alterações ao envelhecimento, o que é um equívoco.   

Hoje, o entendimento médico é que alterações de memória e/ou cognitivas não são causadas pela idade avançada. Por isso, devem ser avaliadas o quanto antes para que o diagnóstico ocorra o mais cedo possível.  

Como identificar os sintomas de Alzheimer em idosos?

Alguns sinais podem indicar que o idoso esteja manifestando a doença. Perda de memória (especialmente de fatos recentes), desorientação, mudanças bruscas de humor e dificuldade em executar tarefas ou repeti-las podem ser indicativos da doença. Nesse caso, é importante passar o indivíduo por uma avaliação com o médico neurologista.  

Como diferenciar a doença de Alzheimer de demência?

Demência é o nome que damos para um conjunto de doenças que provocam deterioração progressiva da função cerebral. Atualmente, são conhecidas cerca de 150 tipos de demência, e a doença de Alzheimer é uma delas.  

Por afetarem a função cognitiva da pessoa, tanto o Alzheimer como outros tipos de demência podem ter sintomas em comum, como problemas de raciocínio, aprendizagem, memória e dificuldades com atividades diárias, por exemplo.  

O Alzheimer, no entanto, tem como características marcantes a perda da memória e dificuldade em adquirir novos conhecimentos. Mas a diferenciação só pode ser feita por um médico neurologista especializado, que irá se basear na avaliação clínico e em outros exames complementares para fechar o diagnóstico da doença.   

Qual exame detecta o Alzheimer?

Não existe um exame único para detectar a doença de Alzheimer. O diagnóstico da condição é complexo e envolve avaliação clínica, avaliações neuropsicológicas, exames físicos e testes laboratoriais para descartar outras condições que podem causar sintomas parecidos (como outros tipos de demência).   

O especialista também pode pedir alguns exames após a consulta, como:  

  • Exames de imagem como tomografia ou ressonância magnética de crânio (para excluir outras causas biológicas para os sintomas); 
  • Punção de líquor (análise de biomarcadores que evidenciam presença da doença); 
  • Exame de sangue (avalia o risco para a doença por meio da quantificação da proteína beta amiloide 42 e 40 no sangue). 

Quais são os sintomas de Alzheimer avançado?

Na fase final ou no estágio avançado da doença de Alzheimer, o paciente não consegue mais ser independente. A fala e a mobilidade são afetadas e ele não pode mais ficar sozinho, além de se tornar muito vulnerável. Como é uma doença neurodegenerativa, funções essenciais para o corpo, como respirar e deglutir, também serão afetadas nessa etapa.  

Sintomas de Alzheimer na fase final (grave)

  • Perda da capacidade de falar; 

  • Dificuldade para deglutir e engolir; 

  • Incontinência urinária e fecal; 

  • Perda da capacidade de andar; 

  • Coma. 

Sinais de Alzheimer: qual médico procurar?

Sintomas suspeitos da doença de Alzheimer devem ser avaliados por um médico neurologista

Como é feito o tratamento para a Doenças de Alzheimer?

O Alzheimer é uma doença que não tem cura, mas existem alguns tratamentos que servem para retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida do paciente.  

Na fase inicial, o médico pode prescrever alguns medicamentos que servem para tornar a progressão da doença mais lenta. Na fase moderada, terapias ocupacionais e comportamentais são incorporadas à rotina. Por fim, no estágio mais grave, o foco está em dar conforto ao paciente e suporte psicológico aos cuidadores e familiares. 

Alzheimer é hereditário?

Não exatamente. Isso significa que, embora exista, sim, o fator genético, especialmente nos quadros precoces do Alzheimer, os fatores ambientais –como alimentação, sedentarismo e até escolaridade -- também podem influenciar no desenvolvimento da doença. 

Existem formas de prevenir a doença?

Como a causa do Alzheimer não é totalmente conhecida, não há como prevenir o seu surgimento. Contudo, por ser uma doença neurodegenerativa progressiva, alguns hábitos podem ajudar a atrasar o surgimento e sua progressão: 

  • Exercício físico: praticar atividade física regularmente, de três a cinco vezes por semana durante pelo menos 30 minutos. 
  • Pressão arterial regulada: pacientes com hipertensão devem avaliar a pressão com frequência. 
  • Controle do peso: manter o peso saudável, com IMC (Índice de Massa Corporal) abaixo de 25. 
  • Não fumar: o tabaco contém substâncias tóxicas que causam danos nas células cerebrais. 
  • Manter o cérebro ativo: jogos de estratégia, aprender algo novo, treinar a memória memorizando coisas do dia a dia, entre outras atividades que estimulem o cérebro.
Escrito por
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Dr. Diogo Haddad Santos

Neurologista
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