Isabelly Bueno é uma moça jovem, bonita, cheia de vida e bastante engajada. Depois de passar pelo susto de ter o diagnóstico de Esclerose Múltipla no início deste ano, Isa, como gosta de ser chamada, tem uma vida normal para alguém da sua idade.
"Hoje eu trabalho, faço faculdade, vou à academia".
Essa realidade para alguém com uma doença potencialmente grave e incapacitante como a Esclerose Múltipla só é possível porque, assim que recebeu o diagnóstico, Isabelly iniciou o tratamento imediatamente.
A jovem só se lembra que tem a doença, uma vez por mês, quando precisa ir ao Centro de Infusão do Hospital 9 de Julho tomar os medicamentos. O processo dura apenas uma hora e Isabelly sabe a necessidade de seguir com o tratamento proposto para sua qualidade de vida. E aproveita para dar uma mensagem para quem recebeu o diagnóstico da doença: "Se você fizer o tratamento certinho vai viver uma vida normal. Surtos acontecem, mas eles passam. Fique firme".
O neurologista do Hospital 9 de Julho, Dr. Rafael Paternò, explica que é perfeitamente possível conviver com essa doença, apesar de muitas pessoas ainda terem dúvidas de como conviver com essa nova realidade. " A doença pode se manter silenciosa por longos períodos, mas para o paciente que tratam adequadamente esses períodos podem ser ainda mais longos e os surtos muito raros", conta.
Como é o tratamento
A esclerose múltipla é uma doença que acomete pessoas jovens, principalmente na faixa etária entre os 20 e 40 anos, quando aparecem os primeiros sintomas. "Como a EM não tem cura e não costuma encurtar a expectativa de vida, a pessoa vive muitos anos com a doença. O paciente precisa ser bem acompanhado e receber o tratamento adequado para conseguir o melhor resultado possível", explica o médico.
A evolução do tratamento foi muito rápida. Até há cerca de 25 anos, quando começaram a ser lançados os primeiros medicamentos, não havia muito o que se fazer após o diagnóstico. Nos últimos 10 anos, houve o surgimento de diversas opções de tratamentos inovadoras. Em sua maioria são medicações que, em termos de complexidade de tratamento, se assemelham a uma quimioterapia.
O médico que prescreve esse tipo de medicação precisa estar habituado a utilizar e deve orientar bem o paciente sobre eventuais efeitos colaterais, exames necessários para o acompanhamento e se a medicação pode impactar de alguma forma o dia a dia da pessoa. Por exemplo, com o recente surto de sarampo, houve a necessidade de vacinação e surgiu a dúvida: um paciente em tratamento para esclerose múltipla pode tomar a vacina normalmente? Só um especialista tem a resposta correta. "Como é uma doença autoimune, os tratamentos alteram a imunidade do paciente. Muitos deles podem facilitar o aparecimento de infecções ou de outra doença autoimune, por exemplo. Dessa forma, uma pessoa recebendo alguns desses tratamentos não pode tomar a vacina contra o sarampo", explica o Dr. Rafael.
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