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Saúde Mental Infantojuvenil

Leia mais e tenha informações seguras sobre saúde.

​​​Ser saudável é cuidar do corpo e da mente!

Crianças que vivenciam uma série de acontecimentos indesejáveis ou mesmo um evento traumático podem desencadear inúmeros problemas mentais, uma vez que já são consideravelmente mais vulneráveis. Já os adolescentes, frequentemente, experimentam turbulências emocionais à medida que suas mentes e corpos se desenvolvem, apresentando dificuldades para realizar a transição para a fase adulta ante tantas mudanças sociais e físicas. Em ambos os casos, os desdobramentos podem afetar o potencial de crescimento e desenvolvimento desses jovens, causando um impacto negativo em seu bem-estar que pode durar anos. 

Dois dos principais fatores de risco reconhecidos como grandes vilões da saúde mental são a violência (incluindo a severidade dos pais e o bullying) e os problemas socioeconômicos. Esse assunto é de discussão fundamental na sociedade atual, uma vez que o bem-estar e a qualidade de vida permitem que crianças e jovens desenvolvam capacidade de resiliência para lidar, da melhor forma possível, com as adversidades da vida, se tornando adultos mais saudáveis e completos.

Esses problemas têm se tornado frequentes nos últimos anos

Talvez você mesmo já tenha percebido um aumento considerável nos casos de jovens e crianças com transtornos mentais, como ansiedade e depressão, nos últimos anos. De acordo com o Dr. Nikolas Heine, médico psiquiatra do Hospital 9 de Julho, essa constatação é verdadeira e podemos relacioná-la a inúmeros fatores. 

"Os mais significativos são os experimentalismos que nossa sociedade atravessa, como a aglomeração populacional dos grandes centros; a alta demanda e sofisticação intelectual, atencional e de autocontrole; a escassez de disponibilidade presencial dos pais; as mudanças na configuração familiar; o aumento da importância que as instituições têm no aprendizado; a hiperdimensionalização que os traumas podem gerar negativamente e nossa persistente dificuldade em ensinar a capacidade de se frustrar", afirma o especialista.

Pandemia pode prejudicar a saúde mental de crianças e adolescentes

O Dr. Nikolas explica que a pandemia gera um ambiente persecutório, em que os mais vulneráveis, como o público infantojuvenil, podem se sentir inseguros em socializar e realizar novas descobertas, o que é muito importante para o desenvolvimento intelectual e cognitivo deles. "Em relação à quarentena, ela impõe mudança radical na rotina. E a rotina é fundamental para a organização psíquica e emocional tanto de jovens como adultos, sem contar que o isolamento restringiu o contato social e ilhou as famílias do mundo, transferindo à televisão e às mídias sociais o papel de janela para a realidade." 

Ainda segundo o psiquiatra, atualmente, vivenciamos um ambiente psíquico marcado por desorganização, isolamento social e uma realidade não autoevidente, mas, sim, interpretada por formadores de opinião ou algoritmos das mídias sociais. "Esse é um ambiente muito semelhante ao ambiente psíquico de pacientes psicóticos, isto é, o mundo sendo percebido como dividido entre bons e ruins, comportamentos excêntricos, teorias de mundo marcadas pela lógica e um empobrecimento afetivo que resulta em persistente insegurança." Dessa forma, sintomas como aumento de ansiedade, depressão, abuso de substâncias, alteração de apetite e sono são alguns dos muitos desdobramentos que podem acontecer decorrentes da Covid-19 na atual sociedade. 

Fique atento a estes detalhes. Eles fazem diferença e impactam diretamente a saúde mental de crianças e adolescentes

Receber suporte, companhia, confiança, apoio, compreensão, acolhimento, segurança e muito amor por parte dos familiares.
Ter tempo livre e liberdade para brincar ou ter hobbies e atividades prazerosas, dentro e fora de casa.
Estar com a saúde física em dia, aliada a uma dieta balanceada e à pratica regular de exercícios.
Ter interesse em aprender coisas novas, desenvolver habilidades e estimular capacidades – tudo isso aliado à oportunidade de se divertir.
Frequentar uma escola que se importa com o bem-estar dos alunos e cuida dele.
Sentir-se valorizado no ambiente doméstico.
Partilhar uma visão esperançosa e otimista em relação à vida.
Aceitar quem são e reconhecer-se no que são bons.
Participar de atividades locais em grupo voltadas para jovens/crianças.
Conseguir ter boas noites de sono e descanso.
Ter um sentimento de pertencimento à família, escola e comunidade.
Seguir uma rotina no dia a dia.

Como ajudar?

Auxílio dentro de casa

Como pai, mãe ou responsável, você pode fazer sua parte garantindo a construção de um relacionamento afetuoso e aberto no qual seu filho se sinta capaz e confiante para conversar se estiver com problemas. Uma das formas mais eficazes pelas quais os pais podem ajudar os mais novos é ouvindo, apoiando e levando seus sentimentos a sério. Muitas vezes, um simples abraço pode mudar tudo! O especialista do H9J ressalta, ainda, que um importante papel dos pais é ensinar ao filho como lidar bem com as frustrações inerentes à vida.

Auxílio p​rofissional

No entanto, se a criança ou o jovem permanecer angustiado por muito tempo ou se seus sentimentos negativos o impedirem, de alguma forma, de seguir com sua rotina, pode ser interessante buscar ajuda profissional. Psiquiatras e psicólogos promovem avaliações e tratamentos para o público infantojuvenil por meio da ênfase na conversa, na fala e na compreensão do problema, a fim de descobrir a melhor maneira de enfrentá-lo. Para os pequenos, isso pode ser feito de forma lúdica e até mesmo divertida. Vale ressaltar que esses profissionais manterão as informações sobre os pacientes e sua família em total sigilo.

Na falta de um tratamento adequado, além do sofrimento e da angústia vividos por esse jovem, ainda existe o risco de esses transtornos gerarem consequências em seu amadurecimento psíquico, impedindo o desenvolvimento de uma personalidade saudável e a construção de uma vida plena. O médico alerta ainda para as possibilidades de autoagressão e heteroagressão, além de suicídio, que, infelizmente, tem aumentado significativamente na sociedade atual.

"A doença psiquiátrica, além de alterar o pensamento, as emoções, o afeto e o humor e convidar naturalmente todos para interpretar sua origem e funcionamento, requer uma avaliação profissional adequada, do contrário, corre-se o risco de dar como saudável algo patológico e aprisionante. Isso não significa que precisemos nos afastar ou delegar a profissionais o cuidado e o carinho, pelo contrário, convocar nos pares a compreensão e o amor que talvez demandem e deixar para os profissionais o manejo apenas da patologia", pontua o Dr. Nikolas Heine.

Nesse momento da vida, tudo que queremos é ser ouvidos. Seja na família, seja entre amigos ou em contato com esse profissional, ser ouvido é se sentir acolhido, e sentir-se acolhido é fundamental para proteger e fazer da saúde mental algo mais sólido e resistente. A escuta pode ser a diferença para que passemos bem por este período. 


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