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Meu filho caiu de cabeça no chão: o que fazer, quais sinais devo me atentar e quando procurar um médico?

Saiba o que fazer nessa situação

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Ver uma criança cair e bater a cabeça sempre provoca um susto nos adultos e também a dúvida sobre o que fazer. A preocupação faz todo sentido, uma vez que um trauma na cabeça pode sim ser um risco, mas por outro lado, pode não ser grave. Por isso, o primeiro passo é tentar manter a calma. 

Entre as perguntas mais comuns quando acontece um acidente são: a criança pode dormir? Devo levar logo ao pronto-socorro? Procuro primeiro o pediatra? 

Nessa edição do nosso blog, a Dra. Maria Amparo Martinez, coordenadora da Pediatria do Hospital Nove de Julho, explica o que fazer nesse momento. Leia mais! 

Meu filho caiu de cabeça no chão, e agora? 

Antes de tudo, entenda por que isso é mais fácil de acontecer com as crianças. A criança, sobretudo a com menos de dois anos, sofre ainda mais riscos de afetar essa região. Isso porque, por ainda ter uma estatura pequena, a cabeça fica mais pesada em relação ao corpo e, quando ocorre a queda, ela facilmente impacta no chão, com risco de sofrer um trauma. 

Além disso, crianças pequenas não sabem se defender ao cair – não sabem rolar ou apoiar-se com as mãos ou braços durante a queda a fim de proteger a cabeça ou o rosto. 


Quais sintomas devem gerar atenção após a queda? 

Conforme explica a Dra. Maria Amparo Martinez, é importante ficar atento aos sinais de alerta. “A presença de qualquer um deles é indicativa de procurar avaliação médica". Saiba quais são os sinais:​ 

  • Vômitos;

  • Imobilidade em alguma parte do corpo;

  • Perda ou diminuição do nível de consciência;

  • Dificuldade para andar;

  • Irritabilidade;

  • Perda do equilíbrio;

  • Sangramento no nariz e ouvidos;

  • Olhos roxos;

  • Mudanças na respiração (ou muito lenta ou muito rápida);

  • Alteração visual. 

A criança bateu a cabeça e vomitou: devo ir ao médico? 

Se a criança bateu a cabeça e vomitou, apesar de ser um sinal de alerta, também pode não significar exatamente algo mais grave. “Muitas vezes a criança vomita porque ficou assustada e muito nervosa, por isso, o importante é tentar acalmá-la e observar, nos próximos minutos, se há mais algum sinal de alerta ou se os vômitos persistem. No caso de persistirem, independentemente de haver ou não outros indícios, a avaliação médica é fundamental para definir a necessidade de investigação e programação terapêutica, assim como o tipo de observação – se em ambiente hospitalar ou não, e o tempo que essa observação deve durar", explica a Dra. Maria Amparo.  

O que fazer depois da queda ou trauma na cabeça?   

Deve-se buscar o atendimento médico imediatamente nas seguintes situações: quedas de bebês com menos de três meses; crianças com menos de dois anos em altura maior de um metro; crianças com mais de dois anos que tenham sofrido quedas de mais de um metro e meio; crianças que tenham sofrido acidentes de carro, quedas de escadas, quedas mais sérias de bicicleta ou em situações que apresentarem os sinais de alerta anteriormente citados.   

De acordo com a Dra. Maria Amparo, “no caso de traumas leves, a rotina da criança deve ser seguida normalmente. Na hora da soneca ou na hora de dormir, o sono deve ser respeitado, mas os pais devem manter a observação, pois o tempo da soneca tem que ser o mesmo de sempre. Caso a criança esteja dormindo mais tempo, deve ser acordada. Quando não acordar, ou acordar mas se mantiver sonolenta, deve-se procurar avaliação médica. O padrão do sono também deve ser o mesmo de sempre. Quando a criança for estimulada, por exemplo, a trocar uma fralda ou ser chamada só para uma checagem, ela deve esboçar algum tipo de resposta normal, como despertar ou mudar de posição, ou superficializar o sono. Também a respiração deve ser a habitual da criança – não deve ser ruidosa, rápida demais ou lenta demais". 

Queda leve:

Em casos de quedas ou traumas leves deve-se inspecionar se há algum ferimento. Se houver ferimento, o mesmo deve ser limpo com água e sabonete assim que possível; se houver sangramento, além da limpeza local, deve-se comprimir o local por alguns minutos (de 3 a 5 minutos, pelo menos). Se o ferimento for grande ou se houver dificuldade em controlar o sangramento, deve-se procurar avaliação médica – às vezes é necessária a sutura. 

A médica explica que “É muito comum a formação do “galo" após o trauma, que nada mais é do que a formação de um hematoma. O ideal é fazer a compressão, com pressão moderada, no local do hematoma, preferencialmente com um saquinho de plástico com gelo picado, de forma que fique maleável. Assim, fica mais fácil a criança tolerar a compressão com o gelo. Ela deve ser feita por 5 a 10 minutos. Evite colocar o gelo diretamente na pele/cabeça da criança. Nos casos de hematomas muito grandes, o ideal é submetê-la a uma avaliação médica, mesmo que não apresente nenhum sinal de alerta". 

Sempre considerar que a criança pode estar sentindo dor e administrar um analgésico. 

Queda Grave:

No caso de quedas ou traumas graves, acionar o serviço de emergência (SAMU ou Resgate) o mais rápido possível, seguir as instruções dos profissionais até a chegada dos mesmos. Evitar mexer ou mobilizar a criança a não ser que esteja em situação de maior risco – exemplo: trauma na cabeça no interior de piscina, ao mergulhar, pois o risco de afogamento pode ser maior. 

Mas quando levar meu filho ao pronto-socorro?​. Este é o local habilitado para o atendimento inicial desses casos, tanto os casos leves que precisam de uma sutura ou avaliação médica, como os casos graves.

No Hospital Nove de Julho há uma estrutura local e também de retaguarda para o atendimento desses casos por médicos que fazem parte de um time de excelência – a criança é avaliada por um pediatra e, quando necessário, também é avaliada pela equipe do trauma e por um neurocirurgião. 

Há também a estrutura necessária para a realização de exames de imagem e de laboratório. 

Quando a internação é indicada, geralmente ocorre na UTI pediátrica, onde é possível a monitorização adequada e reavaliações frequentes pelo médico intensivista. Além disso, há o centro cirúrgico totalmente equipado para as intervenções cirúrgicas quando necessário, com equipes altamente capacitadas.

Prevenção de acidentes domésticos 

Na maioria das vezes é possível aumentar a segurança e evitar os acidentes que possam causar traumas e lesões na cabeça das crianças. Confira algumas dicas de proteção. 

  • Em casa evite pisos escorregadios e tenha tapetes antiderrapantes;

  • Evite que as crianças brinquem em escadas, lugares altos e sacadas; ou perto de espelhos, portas ou janelas de vidro que não sejam de espessura segura;

  • Mantenha as escadas livres de objetos;

  • Coloque grade de proteção em sacadas, janelas, mezaninos e escada vazadas sem proteção de guarda corpo;

  • Mantenha móveis afastados da janela, para que as crianças não subam neles;

  • Use protetores nos cantos dos moveis que não sejam arredondados;

  • Não deixe que as crianças se pendurem em estantes, aparadores, principalmente se os mesmos estão ocupados por objetos pesados como televisores.

  • Crianças pequenas não devem dormir em beliches (menos de 6 anos); bebês não devem dormir em camas altas dos pais, especialmente cama tipo Box. Além disso, bebês de até 1 ano e 3 meses, aproximadamente, não devem ser deixados sobre camas ou sofás sozinhos nem por poucos minutos;

  • Instrua as crianças a recolherem os brinquedos espalhados no chão depois de brincarem;

  • Não deixe um bebê sozinho nunca;

  • Na rua, avalie se os brinquedos são seguros como: skate, patins, bicicleta e se estão brincando longe de escadas, piscinas e outros lugares perigosos. Use equipamentos de segurança, como capacete.

  • Explique à criança que não deve empurrar outras crianças e evitar que se aglomere quando for usar os brinquedos com rodas como patins, bicicletas e skates. E que as mesmas devem prestar atenção ao seu redor, principalmente se estiverem usando esses brinquedos em ruas e parques, devido ao risco de colisão ou caminhos com obstáculos ou perigosos.

  • Ensine a criança que ela só deve se aventurar em locais altos – exemplo: subir em árvores e escaladas, com a supervisão de um adulto.

​Com essas medidas, os riscos de quedas e lesões graves ficam reduzidos e as crianças podem se divertir ainda mais. ​

 



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