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Ginecologia

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Sintomas de HPV em mulheres e homens: entenda quais são, como tratar e prevenir

A doença pode ser tratada, por isso a importância do diagnóstico precoce
AM
Dra. Andressa Melina Severino Teixeira - Ginecologista Oncológica Atualizado em 10/10/2022

O HPV é uma abreviação para o papilomavírus humano. A sigla se refere aos HPVs, que são um grupo de vírus que infectam as mucosas e a pele. Existem cerca de 200 tipos de HPV diferentes que são identificados por números, entre eles, aproximadamente 40 podem infectar a região ano-genital. Esses HPVs são divididos em subtipos de alto risco que podem gerar lesões pré-malignas ou cânceres; e subtipos de baixo risco causadores de verrugas genitais.

O HPV é transmitido quando há um contato direto com a pele ou mucosa infectada, sendo a principal forma pela relação sexual.

Entenda nesse blog o que é, como é transmitido, os sintomas e como prevenir. Quem explica o assunto são as médicas a Dra. Andressa Melina Severino Teixeira, Ginecologista Oncológica e a Dra. Mariana Scaranti, oncologista, ambas do Hospital Nove de Julho. Saiba mais!

O que é HPV?

O HPV é um vírus que provoca uma infecção sexualmente transmissível (IST) e afeta a pele ou mucosas das regiões oral, genital ou anal, em homens e mulheres. Alguns HPVs causam verrugas na região genital, já outros podem provocar o aparecimento de lesões precursoras de câncer.

Embora a infecção pelo HPV seja muito comum e, em grande parte dos casos, temporária, alguns desses vírus têm o potencial de causar lesões que eventualmente se transformam em câncer. Eles são os chamados tipo viral oncogênicos ou HPVs de alto risco, como os subtipos 16 e 18.

Portanto, quando essas lesões não são tratadas de forma adequada e, em fase inicial, há um risco para o desenvolvimento de um câncer, principalmente, no colo do útero, mas não apenas. Os HPVs também podem acometer a boca, o pênis, a vagina, o ânus e a vulva.

Quais são os sintomas de HPV feminino?

Em grande parte dos casos, as mulheres não apresentam sintomas do HPV. O vírus é capaz de ficar meses ou até mesmo por anos no organismo sem manifestar sinais. No entanto, em alguns casos pode apresentar sinais clínico e subclínico.

 

As lesões clínicas se apresentam como verrugas, que têm um aspecto de couve-flor e podem ser de diversos tamanhos. Elas podem surgir no colo do útero, vagina, vulva, região pubiana, perineal, perianal e ânus.

Já nas infecções subclínicas, as lesões não podem ser vistas a olho nu, e surgem nos mesmos locais citados anteriormente, sem demonstrar sintomas. Exames direcionados com Papanicolau e eventualmente colposcopia e vulvoscopia podem detectar essas lesões. Por isso, é muito importante manter a rotina ginecológica em dia.

Qual é a relação entre HPV e câncer no colo do útero

Conforme explica a Dra. Andressa Melina Severino Teixeira “por ser um vírus, o HPV precisa se incorporar ao DNA das nossas células para sobreviver. E, nesse momento, ele pode causar alterações que mudam o ciclo normal da célula, fazendo com que ela invada o espaço de outras células e torne-se imortal, características de células de câncer. Essa é a principal causa do câncer de colo do útero, que normalmente se desenvolve ao longo de muitos anos, quando essas lesões causadas pelo HPV não forem diagnosticadas ou tratadas".

De acordo com a Dra. Mariana Scaranti “a imensa maioria dos tumores de colo uterino estão relacionadas à infecção persistente pelo HPV, notadamente os vírus do subtipo 16 e 18. O material genético do vírus é capaz de ser incorporado na célula do colo de útero e a longo ou médio prazo, gerar as lesões pré-malignas que se não tratadas evoluem para câncer".

Quais são os sintomas do HPV no homem?

Nos homens, o sintoma mais comum da infecção pelo HPV são as verrugas genitais, com aspecto de couve flor. A Dra. Mariana Scaranti ressalta que “grande parte das verrugas são causadas pelos subtipos de HPV de baixo risco, ou seja, esses subtipos não causam câncer em geral e sim, verrugas que são lesões benignas. Podem surgir também feridas ou caroços no pênis, bolsa escrotal, boca, ânus ou garganta notadamente nas infecções por subtipos de alto risco".

É recomentado que o acompanhamento médico regular com um urologista seja mantido, para detecção de doenças relacionadas à região genital masculina.

HPV tem cura?

De acordo com a Dra. Andressa Melina Severino Teixeira “o HPV pode ser curado através da destruição ou retirada da lesão que ele causa no colo do útero, por exemplo, ou ainda com a ação do nosso sistema imune contra o vírus. Porém, não existe ainda uma medicação que possa ser administrada e que destrua o vírus".

A Dra. Mariana Scaranti complementa que “não há tratamento direcionado para o vírus em si, mas podemos tratar as lesões causadas pelo vírus com métodos físicos ou químicos de forma eficaz, eliminando as verrugas ou prevenindo a evolução de lesões pré-malignas para câncer".

Como prevenir o HPV?

De acordo com a Dra. Mariana Scaranti “a vacinação contra o HPV é super eficaz para prevenir a infecção pelo vírus. O exame de Papanicolau e coleta de pesquisa de HPV auxiliam no diagnóstico de lesões precursoras de câncer de colo uterino e vagina. Durante o exame ginecológico, a vulva também é inspecionada para detecção de lesões precursoras ou iniciais que podem ser tratadas precocemente, garantindo uma boa evolução. O uso de preservativos também é recomendado nas relações sexuais para prevenção de infecções sexualmente transmissíveis.

Saiba a importância de manter as consultas com o médico ginecologista em dia.

Vacina para HPV

Segundo a Dra. Andressa Melina Severino Teixeira “a vacina é essencial na prevenção e erradicação de vários tipos de câncer causados pelo HPV, principalmente o de colo de útero, que é o mais prevalente. Para isso, é essencial a vacinação em massa dos adolescentes, meninos e meninas, para quem a vacina é disponível na rede pública de saúde dos 9 aos 14 anos. A vacina também é aprovada pela ANVISA para mulheres até 45 anos. Para o grupo que já teve contato sexual, a vacina tem eficácia um pouco menor, mas ainda bastante relevante, e impede inclusive o retorno da doença em mulheres que já tiveram lesões pelo vírus".

Os imunossuprimidos como as pessoas em tratamento oncológico, transplantados de medula óssea e indivíduos com HIV, também encontram a vacina de forma gratuita no SUS (Sistema Único de Saúde), já que, por estar com a imunidade reduzida estão mais suscetíveis a infecções pelo HPV. A vacinação contra HPV no sistema privado de saúde está disponível mesmo fora destas indicações e pode ser discutida com o médico que te acompanha.

Centro de Medicina Especializada

O Hospital Nove de Julho conta com o Centro de Medicina Especializada – CME, criado com o objetivo de garantir a possibilidade de dar continuidade a tratamentos ou manter sua rotina de cuidados preventivos.

Para isso, conta com 12 áreas de referência que oferecem consultas e exames em um mesmo lugar, entre eles, a Clínica da Mulher, um ambiente acolhedor e especializado nos cuidados com a saúde feminina. Com ginecologistas, mastologistas, cirurgiões plásticos, dermatologistas, nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos, entre outros profissionais capacitados para tratar das diversas necessidades relacionadas com o bem-estar de mulheres em todas as fases.

Para agendar consultas e exames, acesse nossa Central de Agendamento Online.

Escrito por
AM

Dra. Andressa Melina Severino Teixeira

Ginecologista Oncológica
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