Urologia

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O que causa infecção no rim​: causas, sintomas e prevenção

Descubra suas causas, sintomas como dor lombar e febre, e como preveni-la, incluindo fatores de risco como pedras nos rins e transplantes renais.
H9J
Equipe Hospital Nove de Julho - Corpo Clínico Atualizado em 28/11/2025

Entenda como uma infecção urinária pode se agravar, quais os sinais de alerta e as medidas essenciais para proteger sua saúde renal.

Aquela dor incômoda na região lombar surge de repente. No início, você pode pensar que é um mau jeito, resultado de um dia cansativo ou de uma noite mal dormida. Contudo, quando a dor vem acompanhada de febre e um mal-estar geral, o sinal de alerta deve ser acionado, pois pode indicar uma infecção nos rins.

O que é exatamente uma infecção nos rins?

A infecção nos rins, cujo termo médico é pielonefrite, é uma condição séria que se desenvolve quando micro-organismos, geralmente bactérias, infectam o tecido renal. Trata-se de um tipo de infecção do trato urinário (ITU) superior, que é mais grave do que as infecções que afetam a bexiga (cistite) ou a uretra (uretrite).

É importante notar que a pielonefrite geralmente começa quando bactérias de uma infecção urinária na bexiga sobem e atingem os rins. Este movimento ascendente das bactérias pode causar danos significativos aos órgãos. Essa condição pode afetar um ou ambos os rins e exige atenção médica imediata. 

Se não for tratada de forma adequada, a pielonefrite pode levar a danos renais permanentes ou a complicações mais severas, como a disseminação da infecção pela corrente sanguínea, um quadro conhecido como sepse.

Como uma infecção urinária comum evolui para os rins?

O caminho mais comum para o desenvolvimento de uma infecção renal é a via ascendente. Isso significa que a infecção começa na parte inferior do trato urinário e "sobe" até atingir os rins.

O processo geralmente segue estes passos:

  1. Contaminação inicial: bactérias da região perineal ou do intestino entram na uretra, o canal que transporta a urina para fora do corpo.

  2. Infecção da bexiga (cistite): as bactérias se multiplicam na bexiga, causando os sintomas clássicos da cistite, como ardência ao urinar e necessidade frequente de ir ao banheiro.

  3. Ascensão aos rins: se a cistite não for tratada, ou se o tratamento não for eficaz, as bactérias podem continuar sua jornada ascendente pelos ureteres, os tubos que conectam a bexiga aos rins, instalando-se no tecido renal e causando a pielonefrite.

Em casos mais raros, a infecção pode chegar aos rins através da corrente sanguínea, a partir de um foco infeccioso em outra parte do corpo.

Quais são as principais causas e fatores de risco?

A causa da infecção renal está diretamente ligada à presença de bactérias no sistema urinário, mas certos fatores podem facilitar esse processo e aumentar a vulnerabilidade de uma pessoa.

A bactéria Escherichia coli como principal agente

A grande maioria dos casos de pielonefrite é causada pela bactéria Escherichia coli (E. coli). Essa bactéria vive naturalmente no intestino grosso e é inofensiva nesse ambiente. No entanto, quando migra para o trato urinário, torna-se um agente infeccioso potente.

Outros tipos de bactérias, como Pseudomonas aeruginosa e Enterococcus, também podem causar infecções renais. Isso é especialmente relevante em pessoas que receberam transplante renal, um grupo de pacientes com maior vulnerabilidade a essas infecções.

Fatores que aumentam a vulnerabilidade

Algumas condições e características individuais podem aumentar o risco de uma pessoa desenvolver uma infecção renal. Entre eles, destacam-se:

  • Ser mulher: a uretra feminina é mais curta que a masculina, o que facilita a entrada e a ascensão de bactérias até a bexiga. Além disso, a pielonefrite afeta mais mulheres jovens e idosos, que são grupos mais suscetíveis a esta condição.

  • Obstruções no trato urinário: qualquer condição que bloqueie ou dificulte o fluxo de urina, como pedras nos rins, aumento da próstata em homens ou anomalias anatômicas, cria um ambiente propício para a multiplicação bacteriana. Pedras nos rins, ou litíase urinária superior, podem causar infecção renal ao obstruir o fluxo de urina, irritar o tecido renal e facilitar a adesão de bactérias.

  • Sistema imunológico enfraquecido: doenças como diabetes ou o uso de medicamentos imunossupressores diminuem a capacidade do corpo de combater infecções.

  • Uso de cateter urinário: o dispositivo pode servir como uma porta de entrada para bactérias.

  • Gravidez: as alterações hormonais e a pressão do útero sobre a bexiga podem facilitar o refluxo de urina para os rins.

  • Histórico de infecções urinárias recorrentes: quem já teve múltiplos episódios de cistite tem maior risco de um deles evoluir para pielonefrite.

Quais sintomas indicam uma possível infecção renal?

Os sintomas de uma infecção nos rins costumam ser mais intensos e sistêmicos do que os de uma cistite. É fundamental reconhecê-los para buscar ajuda rapidamente.

Sinais clássicos e sistêmicos

  • Febre alta (acima de 38 °C)

  • Calafrios e tremores

  • Dor lombar intensa, geralmente em um dos lados ou em ambos

  • Náuseas e vômitos

  • Mal-estar geral e fraqueza

  • Sintomas de cistite podem estar presentes: dor ou ardência ao urinar, vontade frequente de urinar e urina turva ou com mau cheiro.

Onde exatamente a dor se manifesta?

A dor da infecção renal é característica. Ela se localiza na região lombar, nas costas, logo abaixo das costelas. A dor pode ser constante e piorar com a palpação da área. É diferente da dor muscular, que geralmente melhora com o repouso e piora com o movimento.

Como o diagnóstico é confirmado?

O diagnóstico da pielonefrite é feito por um médico com base na avaliação dos sintomas e em exames laboratoriais. A presença de bactérias na urina, juntamente com outros sinais clínicos, é um indicador frequente para o diagnóstico de infecções renais como a pielonefrite aguda. O exame de urina tipo I (EAS) pode indicar a presença de leucócitos e bactérias, e a urocultura com antibiograma identifica o micro-organismo causador e testa a sensibilidade a diferentes antibióticos.

Em alguns casos, especialmente em quadros mais graves ou recorrentes, o médico pode solicitar exames de imagem, como ultrassonografia ou tomografia computadorizada, para avaliar a estrutura dos rins e verificar a existência de obstruções ou abscessos.

A infecção nos rins é considerada grave?

Sim, a infecção nos rins é uma condição potencialmente grave que exige tratamento imediato. Quando as bactérias atingem o tecido renal, a resposta inflamatória do corpo é muito mais intensa. Sem tratamento adequado, a infecção pode danificar permanentemente os rins, levando à insuficiência renal crônica.

Além disso, a complicação mais temida é a sepse, que ocorre quando as bactérias saem dos rins e se espalham pela corrente sanguínea, causando uma infecção generalizada que pode ser fatal. Essa condição pode evoluir para um choque séptico, uma complicação grave que necessita de intervenção médica imediata. Por isso, ao apresentar sintomas como febre e dor lombar, a procura por atendimento médico deve ser imediata.

Como é possível prevenir a infecção nos rins?

Prevenir a pielonefrite significa, na maioria das vezes, prevenir a ocorrência de infecções urinárias baixas. Adotar hábitos saudáveis é a principal estratégia de proteção. Confira algumas medidas eficazes:

  1. Beba bastante água: manter-se hidratado ajuda a diluir a urina e a eliminar as bactérias do trato urinário com mais frequência.

  2. Urine sempre que sentir vontade: segurar a urina por muito tempo permite que as bactérias se multipliquem na bexiga.

  3. Cuide da higiene íntima: para as mulheres, a limpeza deve ser sempre feita da frente para trás, para evitar levar bactérias do ânus para a uretra.

  4. Urine após relações sexuais: o ato ajuda a eliminar eventuais bactérias que possam ter entrado na uretra.

  5. Trate as infecções urinárias rapidamente: ao primeiro sinal de cistite, procure um médico. Tratar a infecção no estágio inicial é a melhor forma de impedir que ela chegue aos rins.

Manter a saúde renal em dia é vital para o bem-estar geral. Ficar atento aos sinais do corpo e buscar orientação profissional ao menor sinal de problema é o caminho mais seguro para um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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