Já imaginou uma dor na face tão intensa que mais parece um choque elétrico? A neuralgia do trigêmeo costuma ser descrita pelos pacientes como uma das piores dores que já sentiram na vida, mais forte do que a dor de um parto ou de um cálculo renal.
As últimas pesquisas feitas sobre a doença apontam que a cada 100 mil pessoas em todo o mundo, cinco são acometidos pelo problema. Os fatores que levam à neuralgia do trigêmeo ainda são controversos, pois ela pode ser causada pela relação de vasos e o nervo trigêmeo, perda da bainha de mielina (capa de gordura que reveste o nervo) decorrente do avanço da idade, entre outras.
Mas o que é o trigêmeo afinal?
Trata-se do nervo que transmite a percepção da sensibilidade da face, da córnea, das mucosas que revestem o interior da cavidade oral, dos dentes e da porção anterior da língua. Não sabemos exatamente qual é o gatilho, mas, com relativa frequência, os pacientes relacionam o início da dor a um tratamento dentário.
Sintomas
As pessoas que já sofreram com essa dor relatam que a sensação é semelhante a um “choque”, ou seja, é muito rápida e intensa, lembrando também uma pontada que afeta uma ou mais partes da face. No início, a dor aparece eventualmente, mas com o tempo torna-se mais frequente.
Muitos pacientes deixam de escovar regularmente os dentes, lavar o lado da face afetado, mastigar na região onde a dor está presente e até mesmo falar. É importante salientar que nem toda dor no rosto significa que a pessoa está com neuralgia do trigêmeo. Quanto melhor a descrição da dor, mais facilmente o médico poderá identificar sua possível causa.
Há, por exemplo, dores faciais que não seguem o local em que o ramo trigeminal está localizado, como na dor facial atípica e nas neuropatias trigeminais decorrentes de procedimentos anteriormente realizados.
Tratamento
Quando diagnosticada, a doença pode ser tratada com medicamentos que inibem o estímulo nervoso, já que o trigêmeo não é o responsável pela movimentação dos músculos da face.
Em alguns pacientes a terapia medicamentosa não surte efeito ou causa reação alérgica. Há ainda aqueles que sofrem com outros efeitos colaterais, como tonturas, quedas e alterações cognitivas. Nestes casos, o procedimento operatório é a melhor solução.
Há cinco procedimentos que podem ser indicados pelo médico. Quatro deles são simples, sem cortes e realizados em internação ambulatorial. Nesses casos, o paciente fica internado por poucas horas.
Pode ser feita também uma neurocirurgia aberta (descompressão neurovascular), que exige observação do paciente por mais tempo.
De qualquer forma, é muito importante que os pacientes com a doença sejam acompanhados e tenham indicação cirúrgica precisa para obtermos os melhores resultados.