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Oncologia

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Linfoma: conheça as causas, tipos e sintomas da doença

Câncer no sangue pode atingir qualquer parte do corpo onde o sistema linfático está presente
CA
Dr. Celso Arrais Rodrigues da Silva - Hematologista Atualizado em 29/07/2024

O linfoma é uma doença hematológica que afeta as células do sistema imune. Esse tipo de doença é categorizado tradicionalmente em dois tipos: linfoma de Hodgkin (LH) e linfoma não Hodgkin (LNH). Entretanto, existem dezenas de subtipos de linfomas não-Hodgkin e essa divisão só é aplicável para o especialista.  

Mais importante que isso seria a categorização entre linfomas indolentes (que se apresentam e crescem de forma mais lenta), agressivos e muito agressivos. Há diferenças muito significativas entre esses três tipos quanto ao comportamento clínico, o que também influencia na indicação de tratamento e nas respostas aos tratamentos disponíveis. 

O que é linfoma?

Linfoma é um tipo de doença que afeta as células linfoides do sistema de defesa do organismo, conhecido como sistema linfático. Essas células, presentes nos linfonodos e em outros órgãos, proliferam de forma desordenada, formando nódulos aumentados e, às vezes, grandes massas. Pode ocorrer em qualquer parte do corpo. 

Linfoma é câncer? 

Sim, o linfoma é considerado um tipo de câncer devido à biologia da doença. Entretanto, o comportamento clínico dos linfomas é muito variável e totalmente distinto dos cânceres que mais conhecemos como câncer de mama, de próstata ou de pulmão. Por exemplo, não há benefício em operar pacientes com linfoma, não há o conceito de metástases nessa doença e, mesmo em pacientes com doença avançada, o objetivo do tratamento é a cura, felizmente atingida na maioria dos casos.  

Além disso, existem inúmeros tipos de linfomas que têm comportamento tão benigno que nem precisam de tratamento. Ou que o tratamento pode ser adiado por anos sem qualquer risco aos pacientes. 

Quais são as causas do linfoma?

As causas do linfoma não são completamente compreendidas. Na grande maioria dos pacientes com linfoma não encontramos nenhuma causa ou fator desencadeante, comportamental ou ambiental. Em uma pequena parcela dos casos, há associação entre o surgimento do linfoma e algumas condições clínicas. Alguns exemplos são: 

  • Imunossupressão: como o observado em pacientes que fazem o uso de drogas imunossupressoras (indicadas para evitar a rejeição após o transplante de órgãos, por exemplo) e imunodeficiência como o HIV. 
  • Outros fatores: doenças genéticas; infecção pelo vírus EBV (da mononucleose), infecções crônicas, como hepatite C e a bactéria do estômago H. pylori; exposição à radiação; exposição a agentes químicos, como solventes, pesticidas e agrotóxicos.   

Quais são os sintomas de linfoma? 

Os sintomas de linfoma podem variar completamente dependendo da região afetada, mas geralmente incluem: 

  • Presença de linfonodos aumentados no pescoço, axilas e/ou virilhas, que são indolores e não associados a infecções adjacentes. 

  • Tosse, falta de ar e/ou dor torácica, se o linfoma afetar o tórax. 

  • Distensão abdominal e edema nas pernas se o tumor se desenvolver na pelve ou abdome. 

  • Febre, fadiga, sudorese noturna, coceira no corpo e perda de peso sem razão aparente. Esses sintomas são geralmente presentes somente nos pacientes com doença mais avançada e que já têm alguns dos outros sintomas acima citados.  

O crescimento dos linfonodos pode variar conforme o subtipo (indolente, agressivo ou muito agressivo), podendo ser lento ao longo de anos ou rápido em poucos dias.   

Linfomas de Hodgkin

O linfoma de Hodgkin se desenvolve quando os linfócitos sofrem uma transformação, dando origem a uma célula característica chamada de célula de Reed-Sternberg. Essa célula desencadeia uma reação inflamatória e é cercada por diversos tipos de células normais de defesa. Nessa doença, a maior parte do linfonodo acometido é composto por células inflamatórias e uma pequena parte pela célula doente.  

Esse linfoma pode se manifestar em qualquer parte do corpo onde o tecido linfoide está presente, sendo mais comum nos gânglios linfáticos do tórax, pescoço e axilas.  

Linfomas não-Hodgkin

Existem mais de 60 tipos de linfomas não Hodgkin. Eles são classificados conforme o tipo de célula linfoide afetada (linfócitos B ou T) e o padrão de apresentação microscópica. 

Representam 80% dos casos de linfoma e podem surgir em diversas partes do corpo, incluindo linfonodos e órgãos extranodais, que ficam fora do sistema linfático.   

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico de deve ser feito por meio de uma biópsia, que envolve a retirada de uma amostra de um linfonodo ou da região acometida. Essa biópsia pode ser feita por agulha grossa guiada por ultrassonografia ou tomografia computadorizada, ou realizada por meio de uma cirurgia para a retirada completa do linfonodo ou da região afetada.   

Linfoma é grave?

Tanto o linfoma de Hodgkin quanto o linfoma não-Hodgkin apresentam diferentes comportamentos, sinais e graus de agressividade a depender do subtipo, da apresentação inicial e da condição clínica do paciente.  

Existem pacientes com doença de excelente prognóstico, com altíssimas taxas de cura e outros que nunca nem precisarão tratamento, outros que ficam curados após mais de uma linha de tratamento e ainda alguns (mais raros) que têm doenças muito resistentes e que não conseguem se curar mesmo após várias linhas e tipos diferentes de tratamento.   

Como é feito o tratamento para linfoma?

O tratamento para o linfoma varia conforme o subtipo de linfoma, a apresentação clínica e a condição física do paciente. Geralmente, envolve: 

  • Quimioterapia: administração de medicamentos para destruir as células malignas. 
  • Imunoterapia: administração de medicamentos que auxiliam e/ou sinalizam o sistema imune a destruir as células malignas, como é o caso dos anticorpos monoclonais. 
  • Radioterapia: uso de radiação para destruir as células cancerígenas. 
  • Droga imunomoduladora: administração de medicamentos que estimular o sistema imune a destruir as células malignas. 
  • Transplante de medula óssea: pode ser considerado em pacientes que apresentem recaídas após o tratamento de primeira linha e mesmo em linhas iniciais, a depender da gravidade da doença. 
  • Terapia celular com CAR-T Cells (células CAR-T): é uma modalidade mais nova e muito eficiente de tratamento dos linfomas de células B que consiste em retirar uma parte dos linfócitos do paciente, modificar os linfócitos em laboratório tornando-os mais eficientes contra o linfoma e depois devolvê-los ao paciente para combater a doença.   

O Hospital Nove de Julho se destaca na área de hematologia, com uma equipe especializada que trata uma variedade de doenças sanguíneas, incluindo os linfomas. A instituição realiza transplantes de medula óssea autólogos (do próprio paciente) e alogênicos (a partir de um doador) e tratamentos com CAR-T Cells e oferece uma grande área de internação específica para esses pacientes, com equipe médica e multiprofissional altamente treinada e qualificada para todas essas técnicas.

Escrito por
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Dr. Celso Arrais Rodrigues da Silva

Hematologista
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Dr. Celso Arrais Rodrigues da Silva

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