A cirurgia de histerectomia é um procedimento ginecológico no qual é retirado o útero. Normalmente, ela é indicada quando outros tratamentos anteriores não tiveram o efeito esperado para curar problemas na região do colo do útero, infecções da região pélvica e dos ovários, miomas e/ou hemorragias, entre outros.
Nesta edição de nosso blog, a Dra. Thais Farias Koch, ginecologista do Hospital Nove de Julho, vai explicar no que consiste a intervenção, quando ela é indicada, quais são os principais tipos e como é a recuperação cirúrgica. Saiba tudo na leitura completa, a seguir.
O que é histerectomia?
Conforme explica a Dra. Thais Farias Koch, “a histerectomia é uma cirurgia que consiste na retirada do útero, seja de forma total (que inclui o corpo e o colo do útero), seja parcial (retirada apenas do corpo do útero)".
Quando é recomendado fazer a histerectomia?
A cirurgia de histerectomia, de forma geral, é recomendada em situações em que outros tipos de tratamento clínico não foram eficazes para sanar problemas graves na região pélvica, como câncer de ovário, colo do útero e miométrio; miomas uterinos; endometriose grave; infecções na região pélvica e hemorragias. Saiba mais sobre as indicações.
- Clínicas – pacientes com sangramento uterino anormal, miomatose uterina ou adenomiose.
- No tratamento de alguns tipos de câncer – de colo do útero, ovário, endométrio e miométrio.
- Em situações emergenciais – hemorragia pós-parto sem controle depois de medidas/tratamento apropriado.
- Em quadros graves de infecção pélvica com comprometimento do útero.
“Importante ressaltar que a histerectomia não deve ser a primeira opção de tratamento em pacientes que nunca engravidaram, salvo em casos nos quais não é possível a preservação do útero", destaca a Dra. Thais Farias Koch.
Quais são os tipos de histerectomia disponíveis?
Existem diversos tipos de cirurgia de histerectomia. A Dra. Thais Farias Koch fala sobre cada uma delas.
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Histerectomia total – remoção do útero e do colo do útero.
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Histerectomia parcial – também chamada de “subtotal", é a remoção apenas do corpo do útero (o colo do útero é mantido).
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Histerectomia radical – quando ocorre a remoção do útero, dos ligamentos ao redor do útero e da parte superior da vagina. Esse tipo de procedimento é realizado em alguns casos de câncer do colo do útero, por exemplo.
“A retirada das tubas uterinas é costumeiramente realizada durante a histerectomia. No entanto, a supressão dos ovários deve ser evitada, principalmente, em mulheres jovens, quando possível, em virtude da produção hormonal. A retirada dos ovários pode implicar o surgimento de sintomas de menopausa, como fogachos, ressecamento vaginal e alteração da libido", reforça a médica.
Quanto à via de acesso para a realização da histerectomia, podemos ter:
- Histerectomia abdominal (laparotômica) – quando é realizada uma incisão (corte) na barriga para acessar o útero.
- Histerectomia laparoscópica – procedimento minimamente invasivo no qual o acesso à cavidade abdominal e ao útero é feito por meio de uma câmera e de pequenas incisões na barriga por onde passam os instrumentais cirúrgicos.
- Histerectomia robótica – também é um procedimento minimamente invasivo em que o acesso à cavidade abdominal e ao útero é feito por meio de uma câmera e pequenas incisões na barriga por onde passam instrumentos cirúrgicos em um braço robótico controlado pelo cirurgião. Tal recurso permite obter imagens em 3D e otimiza alguns movimentos cirúrgicos, a visualização e o acesso a certas estruturas.
- Histerectomia vaginal – a retirada do útero ocorre por meio da vagina, quando o órgão é separado das tubas e dos ligamentos/vascularização ao redor por via vaginal. Pode ser indicada em casos com ou sem prolapso uterino.
Com qual médico devo fazer o acompanhamento da cirurgia?
Conforme explica a Dra. Thais Farias Koch, o procedimento geralmente é realizado pelo cirurgião ginecologista, mas pode ser feito por cirurgiões oncológicos.
Histerectomia: como é o pós-operatório?
A Dra. Thais Farias Koch explica que a “recuperação após a histerectomia consiste no uso de medicamentos (analgésicos, anti-inflamatórios e, em alguns casos, antibióticos), repouso relativo e abstinência sexual (tempo a ser determinado pelo médico). Medidas de prevenção de trombose podem ser aplicadas. As pacientes podem apresentar sangramento vaginal nos primeiros dias. O tempo de liberação para a realização de atividades físicas também é orientado pelo médico".
“A recuperação nos casos de cirurgia laparoscópica, robótica ou vaginal costuma ser mais rápida e com menos dor, com possibilidade de retorno às atividades cotidianas e ao trabalho mais prontamente."
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