31 de maio é o Dia Mundial Sem Tabaco. O uso do cigarro causa várias doenças e pode levar à morte. Parar de fumar requer tratamento com especialistas
O consumo do tabaco mata mais de 7 milhões de pessoas todos os anos no mundo e é responsável por cerca de 16% de todas as mortes provocadas por doenças crônicas não transmissíveis. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o custo aos lares e aos governos passa de US$ 1,4 trilhão em despesas com saúde e com a perda de produtividade.
Que o cigarro é causa de várias doenças para quem fuma e para o fumante passivo, ninguém tem dúvidas. Mas parar de fumar é algo muito difícil. De acordo com o pneumologista do H9J, Dr. Alexandre Kawassaki, a taxa de sucesso para pessoas que tentam parar de fumar sem ajuda é em torno de 1%, por isso é importante procurar ajuda de profissionais especializados no tratamento desta dependência.
O Hospital 9 de Julho possui algum programa para auxiliar quem quer parar de fumar?
Sim. O Hospital 9 de Julho possui o Grupo de Apoio ao Tabagismo (GAT), formado por médicos pneumologistas e enfermeiros preparados para orientar, acompanhar e prescrever medicamentos necessários para o paciente que quer se livrar no vício do tabagismo.
Por que o cigarro é tão prejudicial à saúde?
Porque ele possui mais de 4.700 substâncias tóxicas, incluindo arsênico, amônia e monóxido de carbono (o mesmo emitido por automóveis). Tais substâncias são responsáveis pela indução das mais diversas doenças.
O cigarro também causa problemas ao meio ambiente?
Sim. Os filtros (bitucas) descartados de forma inadequada demoram cerca de 5 anos para se decompor, podendo matar peixes, animais marinhos e aves que ingerem nosso lixo acidentalmente. As pontas de cigarro correspondem de 25 a 50% do lixo coletado em ruas e rodovias.
O que acontece no organismo de quem fuma?
A nicotina estreita veias e artérias. Outros componentes do cigarro lesam o endotélio, que é a camada que reveste internamente os vasos. Essas lesões nos canais que levam o sangue são o lugar ideal para que a gordura se deposite e dê início à formação de placas e trombos. A cada tragada, a pressão arterial sobe... E continua mais alta mesmo algum tempo depois que a bituca foi apagada.
O fumante passivo também é prejudicado?
Sim. Quem não fuma, mas fica exposto à fumaça, também está sob risco. Uma pesquisa australiana demonstrou que a convivência com adultos fumantes causa danos irreversíveis na garotada. Os cientistas acompanharam por duas décadas um grupo de mais de 2 mil crianças com idades entre 3 e 18 anos. Exames de ultrassom acusaram o envelhecimento precoce da carótida, importante artéria do pescoço, entre os filhos de fumantes. Mais espessos e sujeitos a entupimentos, esses vasos doentes predispõem futuros acidentes vasculares cerebrais (derrames).
O uso do cigarro pode afetar a saúde do coração e vasos sanguíneos?
Sim. O uso do tabaco é um fator de risco importante para o desenvolvimento da doença cardíaca coronária, para o acidente vascular cerebral e para a doença vascular periférica. Tabagistas sofrem de três a cinco vezes mais problemas cardíacos do que pessoas sem a dependência.
O uso do cigarro causa câncer?
Sim. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), 90% dos casos diagnosticados de câncer de pulmão estão associados ao consumo de derivados de tabaco. Isso acontece porque a fumaça do cigarro contém diversas substâncias cancerígenas. Além do câncer de pulmão, o cigarro está por trás de outros tipos de câncer, como os de cabeça e pescoço, bexiga e do aparelho digestivo.
É verdade que, ao parar de fumar, a saúde já começa a ser restabelecida logo após a cessação?
Sim. Ao parar de fumar:
O risco de úlcera gástrica é reduzido em minutos;
A mortalidade por doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) diminui a partir da interrupção;
A pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal em 20 minutos;
Após 2 horas não há mais nicotina no sangue;
Depois de 8 horas o nível de oxigênio no sangue se normaliza;
Em 2 horas o olfato e o paladar voltam;
Em 3 semanas a respiração fica mais fácil e a circulação sanguínea melhora;
O risco de doenças coronarianas cai pela metade após um ano;
O risco dos cânceres de bexiga e de cabeça e pescoço caem pela metade, alguns anos após a cessação;
Após 10 anos o risco de câncer de pulmão reduz em 50%;
Após 10 anos o risco de infarto será igual ao de quem nunca fumou;
Após 15 anos o risco de AVC volta ao nível do não fumante.
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