No Brasil, é quase unanimidade: mulheres e homens concordam que saltos altos são sinônimos de beleza e elegância para a silhueta feminina. Mas são as mulheres as que mais sofrem com eles – e elas já perceberam que o conforto não é um dos atributos do calçado.
Apesar de não ser prioridade na hora da compra, o conforto precisa, sim, ser levado em consideração. Sabemos que a brasileira é muito vaidosa e não vive sem o salto, mas vale ficar atenta: se aos 30 anos, a mulher que o utiliza com frequência começar a sentir uma dorzinha chata e não der a devida atenção, aos 50 ela pode acabar com uma lesão permanente.
Para evitar este problema, não é necessário parar de usar salto, mas é importante entender como é o formato do pé e escolher o calçado mais confortável o seu biótipo.
Conheça abaixo os principais tipos de pé e suas lesões mais comuns:
Pés planos
Quando pessoas com este tipo de pisada usam salto, a carga fica na parte de dentro do pé e tornozelo, sobrecarregando a musculatura nestas regiões. Por vezes, o uso de uma palmilha é suficiente para corrigir a pisada, mas nem sempre é possível utilizá-la com um salto.
O uso de saltos mais largos, com meia pata na frente arredondada, ou seja, que permitam um equilíbrio maior entre a parte frontal e traseira do calçado, costuma ser uma boa opção. A estrutura interna do sapato, chamada de "alma", deve ser rígida para neutralizar o perfil mais flexível da pisada e manter uma boa relação biomecânica.
Sinal de alerta: a dor mais comum neste tipo de pé é na região interna do tornozelo e pé, devido a uma fraqueza muscular. O desconforto pode evoluir com a queda do arco do pé, piorando o aspecto plano e, em casos mais graves, pode haver o rompimento do tendão.
Pés cavos
São mais arqueados e rígidos do que os planos, sobrecarregando sua parte lateral externa. Nos sapatos com salto alto, ele fica muito mais predisposto a entorses, tanto pela parte mecânica, quanto por causa da ativação muscular e rigidez.
Sinal de alerta: dor na parte da frente do pé, principalmente na parte de fora, ou seja, quarto ou quinto dedo. Este pé fica mais predisposto a fraturas por estresse nesta região. Saltos que deixam o pé inclinado para dentro podem prejudicar a pisada, facilitando o desequilíbrio e lesões.
Deformidades do antepé
Nem todas as mulheres têm predisposição a joanete ou dedão rígido, algumas das lesões permanentes mais comuns. Porém, anos de falta de cuidado podem desencadear o problema.
Mulheres com predisposição, que já têm casos na família, precisam de atenção redobrada. Hoje as cirurgias evoluíram muito e a recuperação não é mais traumática e demorada, mas, se podemos evitar, por que correr o risco, não é?
Dra. Fernanda Catena é ortopedista especialista em pés, do Centro de Ortopedia do Hospital 9 de Julho.
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