Alergia, em uma definição simples, é uma defesa exagerada do organismo contra agentes que não são potencialmente agressivos ao ser humano. Ou seja, uma pessoa alérgica é aquela que é hiperreativa a determinada substância que para a maioria das pessoas não desperta nenhuma resposta.
"O paciente não nasce com a alergia em si, ou seja com a hiperreação a uma substância. Ele nasce com a predisposição a se sensibilizar a um determinado fator. Isto significa que podemos conviver com aquela substância por muitos anos e vir a desenvolver sintomas apenas tardiamente", explica a alergista do Hospital 9 de Julho, Camila Luizetto de Lima.
Entre as alergias mais comuns está a Rinite Alérgica, que segundo estudos atinge até 25% da população mundial.
Muitas substâncias podem causar alergias respiratórias, como a poeira de casa, pólen e alguns alimentos. "No Brasil, a poeira domiciliar é o fator mais importante. Essa poeira é formada pela descamação da pele humana e de animais, restos de pelos de cães e gatos, restos de insetos, fungos, bactérias e organismos microscópicos que são chamados ácaros. Entre todos eles, o principal agente alérgico é o ácaro", diz Camila.
De acordo com a médica, as alergias respiratórias muitas vezes são hereditárias, mas também podem ocorrer com pessoas que não têm histórico familiar da doença. "Quando um homem e uma mulher alérgicos têm um filho, a chance desta criança ser alérgica é de cerca de 50%. Por outro lado, mesmo que nenhum dos pais apresente alergia, a criança ainda assim pode vir a ter", diz ela.
A rinite de origem alérgica, se caracteriza como uma inflamação dos tecidos que revestem o nariz. Seus sintomas são prurido (coceira) no nariz, olhos ou garganta, além de coriza, espirros e obstrução nasal. Estes sintomas podem ser episódicos ou perenes. "O tratamento se inicia com a orientação ao paciente sobre como evitar o contato com os alérgenos aos quais ele é sensibilizado. Ou seja, se ele é alérgico a poeira, deverá tomar medidas para minimizar o contato com ela. Esse é o principal elemento que leva a evitar os quadros de exacerbação da doença. Há também possibilidade do uso de medicamentos para profilaxia e controle dos sintomas da doença e imunoterapia específica, como vacinas anti-alérgicas", afirma a médica.
Ela acrescenta que no paciente com rinite alérgica há também acometimento e inflamação de estruturas adjacentes ao nariz como os seios da face. Isso pode gerar um quadro de rinossinusite alérgica, com obstrução nasal intensa, tosse persistente, sensação de gotejamento na garganta e cefaleia. "Essa condição predispõe à infecção da secreção contida em seios da face favorecendo o aparecimento das sinusites bacterianas agudas e crônicas", explica ela. Nesses casos é necessário complementar o tratamento com uso de antibióticos.
Da mesma forma que a rinite, para evitar episódios de sinusite associado a essa patologia deve se ficar longe dos elementos que despertam a alergia. Também é muito importante manter o nariz limpo, com aplicações frequentes de soro fisiológico e expelir as secreções em quadros de resfriados.
A médica também faz um alerta sobre o uso de medicamentos, como descongestionantes, sem prescrição. "Isso é totalmente desaconselhado. Os descongestionantes nasais tópicos têm indicações bastante restritas e por tempo limitado. Seu uso de forma contínua pode acarretar inúmeras complicações e dependência da medicação", diz ela.