A anomalia de Ebstein trata-se de uma malformação rara do coração que acontece durante a gestação. Para se ter uma ideia da raridade da doença ocorrer, ela atinge somente um em cada dez mil bebês nascidos.
Essa alteração afeta uma valva do coração, chamada valva tricúspide, que tem o maior orifício dentre as quatro valvas que fazem parte do coração. Ela desempenha a função de controlar o fluxo de sangue entre o átrio direito e o ventrículo direito fazendo com que ele se movimente em uma só direção.
Sinais de cansaço, falta de ar e alteração nos batimentos cardíacos são manifestações comuns da doença, e requerem avaliação rápida, pois alguns sintomas podem ser bastante severos e levar a complicações mais graves. Por isso, o atendimento médico especializado é fundamental.
Nesse blog, A Dra. Alessandra Geisler Daud Lopes, Coordenadora da Equipe da Cardiopediatria do Hospital Nove de Julho, explica quais são as causas, os principais sintomas, os riscos e como é feito o diagnóstico e o tratamento desta doença. Saiba mais!
O que causa a Anomalia de Ebstein?
A anomalia de Ebstein é caracterizada por uma malformação que acontece no coração do bebê durante a gestação. Ela pode surgir devido a alterações genéticas. Mas, acredita-se que o histórico familiar desta anomalia e o uso de algumas medicações durante a gestação (como lítio e benzodiazepínicos) podem também aumentar o risco de ocorrência da doença.
Os sintomas dependem do grau das alterações na anatomia do coração. Mas, os mais comuns causados pela anomalia de Ebstein são:
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Arritmias (alteração no ritmo dos batimentos cardíacos, com sensação do coração palpitando);
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Dispneia (Falta de ar);
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Cansaço;
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Edema nos membros inferiores (Inchaço nas pernas).
Nas crianças pequenas, pode acontecer dificuldade para conseguir mamar por cansaço, falta de ar e sudorese intensa.
Nessa malformação, a valva tricúspide não funciona muito bem e pode provocar um aumento do átrio direito e, consequentemente, causar sintomas de congestão chegando até a uma insuficiência cardíaca. Além disso, em casos mais graves, pela dilatação do átrio, pode ocorrer a formação de trombos dentro do coração, podendo levar a um infarto ou a um acidente vascular cerebral (AVC).
Vale ressaltar a importância de exames e consultas de rotina ao cardiologista como medida preventiva, acompanhamento e tratamento precoce de doenças do coração, em geral. E se ocorrer a confirmação da anomalia de Ebstein diagnosticada na fase adulta, um especialista em cardiopatias congênitas deve conduzir o caso. Em relação às crianças, é importante a realização das consultas pediátricas de rotina, e em casos de suspeita, que elas sejam encaminhadas ao especialista em cardiologia pediátrica.
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Como é feito o diagnóstico?
De acordo com a Dra. Alessandra Geisler Daud Lopes, “o diagnóstico da anomalia de Ebstein, na maioria das vezes, é feito ainda intra útero pelo ginecologista que detecta alterações no ultrassom obstétrico de rotina ou na primeira infância pelo pediatra geral. A confirmação da suspeita é feita pelo ecocardiograma fetal durante a gravidez e, depois do nascimento até a fase adulta, pelo ecocardiograma associado a outros exames complementares como eletrocardiograma e raio-X de tórax", explica.
Quais são os tratamentos indicados?
O tratamento da anomalia de Ebstein depende do grau de acometimento da valva tricúspide e das repercussões destas alterações no organismo. Pode ser necessário apenas o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança e se apresenta ou não sintomas ou uso de medicamentos cardiológicos e nos casos mais graves, cirurgia. O momento da cirurgia nas crianças depende do grau dos sintomas e da repercussão no seu crescimento e desenvolvimento, podendo ser postergada até a infância em alguns casos com poucos sintomas
Qual médico devo procurar?
Em casos de suspeitas de anomalia de Ebstein o médico a ser procurado é o cardiologista especialista em cardiopatia congênita para adultos ou o cardiopediatra, para as crianças.
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Anomalia de Ebstein pode deixar sequelas?
Conforme explica a Dra. Alessandra Geisler Daud Lopes, “como a anomalia de Ebstein pode ter várias apresentações clínicas, o seguimento por toda a vida deve ser realizado pelo cardiologista especializado. O coração nasce com esta alteração da valva e todas as consequências disso fazem com que este coração seja acompanhado e avaliado sobre possíveis sequelas tendo sido operado ou não.
Nos casos de cirurgias nas crianças, como ela ainda vai crescer e o coração também cresce, em alguns casos pode ser necessário manter medicações ou até passar por outras cirurgias no decorrer da vida".
Anomalia de Ebstein afeta a qualidade de vida?
A ideia dos tratamentos descritos é fazer com que o paciente adulto ou a criança tenha uma vida mais próxima da normalidade possível. Em alguns casos, para que isso ocorra, faz-se necessário usar medicamentos e/ou realizar cirurgias no tempo adequado para cada caso, e o acompanhamento com o médico especialista deve ocorrer por toda a vida.
Cardiologia Hospital Nove de Julho
O Hospital Nove de Julho conta com uma equipe altamente especializada que realiza consultas no Centro Médico e também atuam no Pronto-Socorro atendendo urgências e emergências para as mais diversas doenças do coração de adultos e crianças.
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