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Endometriose: quais seus sintomas, o que é a doença e qual o tratamento?

Quais seus sintomas, o que é a doença e qual o tratamento?

​​​​​​​A endometriose é uma doença benigna e bastante comum, que afeta as mulheres em idade reprodutiva e provoca uma série de sintomas, como dores durante a menstruação ou nas relações sexuais. A doença, que atinge cerca de 8 milhões de mulheres no Brasil, é caracterizada pela presença e desenvolvimento do endométrio (camada que reveste o útero) em locais fora do útero.

Nessa edição do blog, o Dr. Fernando Yassuo Asanuma, do Hospital Nove de Julho, explica quais são os motivos, como é feito o diagnóstico e o tratamento. Leia a matéria completa para saber mais.

 O que é a endometriose?

A endometriose é caracterizada quando o endométrio, camada interna que reveste o útero e se renova a cada menstruação, implanta-se e desenvolve-se em locais externos ao órgão.

No período menstrual, uma parte do sangue que é eliminado passa pelas trompas e vai para a barriga. Essa porção possui células que podem se desenvolver em outros locais do corpo, quando o sistema imunológico da mulher não consegue eliminá-las. Entre os locais mais comuns estão: ligamentos do útero, superfície do reto, ovários, bexiga, parede da pelve, trompas, septo retovaginal.

De acordo com o Dr. Fernando Yassuo Asanuma “mulheres que têm antecedente familiar, parentesco próximo, são mais suscetíveis".

 

Endometriose: sintomas da doença

Embora as dores sejam um sintoma bastante característico da doença, podendo se apresentar de modo diferente em cada mulher, desde intensidade leve à mais intensa,  esta pode também ser assintomática. Entre os sintomas mais comuns estão:

  • ​​Dor durante o período menstrual e durante a ovulação;
  • Incômodo e dor durante as relações sexuais;
  • Infertilidade;
  • Dor e sangramento ao urinar e ao evacuar;

Quais são os tipos de endometriose

Existem diversas classificações para endometriose a depender das regiões de acometimento. Conheça algumas delas:

Endometriose superficial

Esse caso ocorre quando as células endometriais se desenvolvem no peritônio, membrana que reveste a parede abdominal e as vísceras, com uma infiltração menor que 5mm. A depender da extensão acometida, pode provocar muitas dores.

Endometriose profunda

Ocorre quando as lesões de endometriose infiltram em mais de 5 mm o peritônio. Entretanto, assim como no tipo superficial, tem de se ponderar a extensão destas lesões, para avaliar a maior ou menor gravidade, associando a sintomas mais severos.

Endometriose intestinal

Nesse tipo, a doença compromete o intestino, desenvolvendo-se “de fora para dentro", ou seja, infiltra da superfície externa para dentro da luz do intestino. Sintomas como dor “repuxando" durante o período de evacuação é uma queixa frequente. Em algumas situações, pode haver sangramento também.

Endometriose ovariana

A endometriose pode atingir o ovário de forma superficial ou causar cistos endometrióticos. A principal dificuldade, neste caso, é com a probabilidade de engravidar da mulher, que pode sofrer prejuízo importante.

Endometriose tem cura?

Há um tratamento efetivo, sendo o uso de medicamentos para bloqueio do estímulo hormonal, a primeira escolha. Em caso de resposta ruim, a cirurgia por videolaparoscopia ou robótica é o passo seguinte. Infelizmente, não podemos dizer que há uma cura, mas conseguimos alcançar um excelente controle, restabelecendo a qualidade de vida da mulher.

 

Endometriose pode engravidar?

Muitas mulheres que têm endometriose conseguem, sim, engravidar, no entanto, algumas delas podem ter infertilidade. Estima-se que aproximadamente 50% dos casais com infertilidade tem a endometriose como causa. Nos últimos anos, a ciência identificou outros motivos para a infertilidade em mulheres portadoras de endometriose. Não é somente nos casos em que a endometriose acomete as trompas (tubas uterinas), mas ocorre também um processo inflamatório com liberação de substâncias prejudiciais à movimentação do óvulo e do espermatozoide, além do prejuízo na implantação do embrião no útero.

 

Como diagnosticar a endometriose?

​Conforme explica o Dr. Fernando Yassuo Asanuma “o principal sucesso para o diagnóstico precoce é a informação, ou seja, o conhecimento dos sintomas descritos anteriormente, levando à suspeita".

“A partir deste momento, atualmente os exames de imagem são os maiores aliados, principalmente a ressonância magnética e o ultrassom transvaginal com preparo intestinal realizados, de preferência, em centros especializados. No passado, quando os exames não tinham a acurácia atual, era realizada a laparoscopia diagnóstica".

 

Qual o tratamento da endometriose?

Há um tratamento efetivo, sendo o uso de medicamentos para bloqueio do estímulo hormonal dos ovários, a primeira escolha. Em caso de resposta ruim, a cirurgia por videolaparoscopia ou robótica é o passo seguinte. Importante frisar que o tratamento não se encerra após a cirurgia, sendo necessária complementação medicamentosa.

Cada caso é avaliado de forma individual e será considerado o histórico, a idade da mulher, seu desejo de ter filhos, o impacto na sua qualidade de vida, e juntos, médico e paciente decidirão qual terapêutica seguir.

Em muitas situações é necessária uma abordagem multimodal, com profissionais das diferentes áreas trabalhando em sintonia, como fisioterapeuta, nutricionista, psicóloga, radiologista, cirurgião coloproctologista e urologista.

O Dr. Fernando Yassuo Asanuma explica ainda que “a maior prevenção é a informação, tanto do paciente como do médico. Com o diagnóstico precoce, podemos evitar além de extensão das lesões de endometriose, acima de tudo, evitamos a dor pélvica crônica e seus impactos na qualidade de vida da mulher. A alimentação saudável, a prática de atividade física e os cuidados com o equilíbrio mental também são peças fundamentais, não somente para endometriose como para a saúde em geral".

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