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Fígado gorduroso: um mal silencioso

Leia mais e tenha informações seguras sobre saúde.

Entenda o que é e como é possível combater essa condição, cada vez mais comum na sociedade

A gordura no fígado é cada vez mais frequente entre os moradores dos grandes centros urbanos. Isso se deve, principalmente, ao estilo de vida pouco saudável que predomina nessas cidades e a um padrão alimentar baseado em itens industrializados, ricos em gorduras e carboidratos, aliado ao sedentarismo, o que faz com que os fatores desencadeadores dessa doença se tornem cada vez mais predominantes na sociedade.

Sim, a gordura no fígado é uma doença. Conhecida na medicina por doença hepática gordurosa ou esteatose hepática, essa condição pode desencadear cirrose e até câncer, sendo fatal em alguns casos. Porém, se for detectada antes do estágio avançado e tratada adequadamente, o quadro é reversível.

Entenda como a doença acontece
O acúmulo calórico se armazena como gordura no corpo, afetando as células do fígado, que aglomeram gordura em seu interior. "Os hepatócitos passam a ser ocupados por uma grande vesícula repleta de conteúdo lipídico ou por um grande número de microvesículas gordurosas, que desloca o núcleo para a periferia. Com isso, há um ambiente de sobrecarga de trabalho. O fígado pode ficar amarelo e até mesmo aumentar de tamanho se a quantidade de gordura acumulada for excessiva", explica a Dra. Marta Deguti, gastroenterologista e hepatologista do Hospital 9 de Julho.

A médica alerta ainda que o acúmulo de gordura no interior do hepatócito pode gerar inflamação e a formação de fibrose. "Se isso ocorre continuadamente, por muito tempo, o elevado grau de fibrose leva à destruição da arquitetura do fígado – a isso se denomina ''cirrose hepática", complementa.

Pessoas com síndrome metabólica, gordura corporal concentrada no abdômen, dislipidemia, diabetes melito e hipertensão arterial têm maiores tendências ao desenvolvimento dessa doença, de acordo com o Ministério da Saúde. Outras condições, como síndrome do ovário policístico, hipotireoidismo e apneia do sono, também são comorbidades associadas nesses indivíduos.

Quais são os sintomas?
Muitas vezes, o fígado gorduroso não provoca nenhum tipo de sintoma, por essa razão, a esteatose hepática é considerada uma doença silenciosa. Nesse caso, a detecção se dá por meio de exames de ultrassonografia do abdômen, tomografia ou ressonância magnética, quando é possível notar o fígado aumentado. Um diagnóstico precoce é extremamente importante, uma vez que pode evitar consequências graves associadas à doença, como a necessidade de transplantar o órgão em razão de seu estado danoso. Por isso, mantenha sempre seus exames laboratoriais e de imagem em dia.

Quando há manifestação de sinais corporais, o paciente pode ter sintomas vagos, como desconforto abdominal à direita, má digestão, cansaço e mal-estar inespecífico.

Quais comorbidades podem ser desencadeadas pela esteatose hepática?
Quando há acúmulo de gordura no fígado, há também uma série de outras alterações no organismo. As mais frequentes são: sobrepeso ou obesidade, diabetes melito, níveis altos de colesterol e triglicérides e hipertensão arterial sistêmica.

Quando se detecta a presença de esteatose hepática, deve-se considerar que a pessoa tem maior risco de desenvolver infarto agudo do miocárdio, AVC e doenças cardiovasculares relacionadas com a síndrome metabólica. Não que a doença no fígado seja a causadora dessas patologias, mas porque ela sinaliza problemas metabólicos no indivíduo.

"Há também o risco de o paciente com esteatose hepática progredir para uma cirrose, que, uma vez instalada, exige atenção, com possíveis complicações que incluem hemorragia digestiva, ascite e até mesmo câncer de fígado. Nos últimos anos, a cirrose por doença hepática gordurosa não alcoólica tem estado entre as principais causas de indicação de transplante desse órgão", comenta a especialista do H9J.

É possível prevenir?
Sim! Tenha cuidado com a alimentação e pratique regularmente exercícios físicos. Faça um acompanhamento médico periódico – com o diagnóstico, o paciente deve ser avaliado com uma frequência que deve ser definida conforme o caso. O objetivo é identificar outras alterações do organismo e se há progressão da doença de base com consequente aumento do acúmulo de gordura.

Alguns cuidados que devem ser seguidos para manter a saúde do fígado
Em primeiro lugar, evite alimentos que podem agravar o acúmulo de gordura no fígado, como produtos embutidos, bacon, frituras, carnes gordurosas, sorvetes, doces e açúcares em excesso. Medicamentos inadequados, chás e suplementos tóxicos para o fígado, bem como o consumo frequente de álcool, também podem piorar o quadro.

Por outro lado, a Dra. Marta Deguti afirma que o consumo diário de, pelo menos, duas xícaras de café ao dia protege esse órgão da agressões. Além disso, a atividade física, incluindo exercícios aeróbicos e musculação, comprovadamente protege a saúde. É importante enfatizar que não se trata de atividade extenuante, mas regular e saudável.

A especialista ressalta ainda que diversos fatores genéticos modificam também nossa resposta às agressões ao fígado, favorecendo ou agravando a evolução da esteatose hepática: "Algumas pessoas apresentam tendência familiar de desenvolver cirrose, mesmo quando a esteatose não é tão intensa. Já outras, mesmo com obesidade mórbida e diabetes, mantêm o fígado trabalhando suficientemente bem por longo tempo.".

Sendo assim, é importante que todos os aspectos passíveis de serem modificados sejam tratados com medicamentos seguros e orientados por um médico: o peso, a circunferência abdominal, a prática de atividades físicas, a adoção de dieta saudável  e controle de condições como diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia (colesterol e/ou triglicérides elevados) e deficiências hormonais. Em situações extremas, a cirurgia bariátrica consegue, mediante perda de peso, amenizar e/ou fazer com que as alterações da doença hepática gordurosa retrocedam.

Não negligencie os cuidados com a saúde de seu fígado. Ele é vital para o corpo humano e responsável por mais de 500 funções fundamentais para a manutenção do organismo.

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