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ASCO 2021: Tumores de Tórax

A Dra. Carolina Haddad destaca os principais estudos sobre tumores de tórax apresentados no congresso

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A Dra. Carolina Haddad traz as novidades sobre tratamento dos tumores de tórax apresentados no ASCO. Confira:

Papel da imunoterapia e terapia-alvo no câncer de pulmão inicial

O papel da imunoterapia na doença inicial foi abordado em um dos trabalhos mais importantes da ASCO21 na área de oncologia torácica. Pacientes operados e já tratados com quimioterapia convencional tiveram benefício adicional ao serem tratados com imunoterapia adjuvante (atezolizumabe). Esta estratégia ainda não foi aprovada pelas agências regulatórias do mundo, mas existe uma grande expectativa para que isto aconteça, com base nos dados apresentados. Este estudo representa um grande marco no tratamento adjuvante do câncer de pulmão.

Outro estudo demonstrou que a associação de quimioterapia e imunoterapia neoadjuvante está relacionada com maior taxa de resposta patológica em pacientes com câncer de pulmão inicial e que serão submetidos ao tratamento cirúrgico na sequência. Existe também uma perspectiva de que esta estratégia seja incorporada na prática clínica num futuro próximo.

Quanto a terapia alvo neste cenário, os estudos apresentados foram direcionados para câncer de pulmão com mutação do EGFR e utilizaram inibidores de primeira geração, e não demonstraram benefício para os pacientes.

Um dos grandes destaques da sessão oral de câncer de pulmão inicial foi um estudo muito bem desenhado que avaliou técnica cirúrgica. A cirurgia vídeo-assistida para tratamento com lobectomia para câncer de pulmão proporciona melhor recuperação pós-operatória, menos dor, menor tempo de internação hospitalar, menor taxa de complicações, e resultados de eficácia oncológica semelhantes, quando comparada a cirurgia aberta. Além disto, a cirurgia minimamente invasiva mostrou melhor custo-efetividade, sendo considerada um padrão-ouro para tratamento cirúrgico do câncer de pulmão.

Atualizações no tratamento do câncer de pulmão localmente avançado

Foram apresentados dados de atualização do estudo PACIFIC, que estabeleceu a imunoterapia com durvalumabe como padrão-ouro após quimiorradioterapia para câncer de pulmão localmente avançado, irressecável. A taxa de sobrevida em 5 anos se manteve vantajosa no braço do estudo que recebeu a imunoterapia de consolidação, quando comparada ao braço controle, que não recebeu o tratamento.

Avanços no tratamento do câncer de pulmão avançado

Estudos de atualização de tratamentos baseados em imunoterapia foram apresentados, corroborando dados já previamente apresentados em outros congressos e em outras publicações anteriores, consolidando o papel desta estratégia no sentido de prolongamento de sobrevida dos pacientes com câncer de pulmão avançado, quando comparados com o uso da quimioterapia convencional. Estudos utilizando combinação de dois tipos de imunoterapia, por exemplo, demonstram este benefício.

Quanto a terapia-alvo, novas estratégias para câncer de pulmão com mutação do EGFR após falha a osimertinibe foram apresentadas, mostrando que existe uma expectativa para desenvolvimento de terapias especificas bastante promissoras para esta população de pacientes.

Da mesma forma, estudos com novas ferramentas para tratamento de tumores com mutação KRAS G12C e mutação do EGFR do tipo inserção no exon 20 também foram apresentados, mostrando que as possibilidades de tratamento são cada vez maiores, e representam um novo horizonte para pacientes com câncer de pulmão avançado.

Perspectivas para uso de biópsia líquida em câncer de pulmão

Foi apresentado um estudo avaliando o papel da biópsia líquida para detecção de doença residual mínima após tratamento cirúrgico dos pacientes com câncer de pulmão. A técnica se mostrou factível e com validação adequada, e no futuro, poderá ser uma ferramenta útil para direcionar tratamentos adjuvantes.

Vídeos 

A Dra. Carolina fala sobre a imunoterapia no tratamento do câncer de pulmão. Confira no vídeo abaixo:

 

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