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Conheça as doenças da hipófise

Leia mais e tenha informações seguras sobre saúde.

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O que é a hipófise?

shutterstock_232605775.jpgA hipófise é uma pequena glândula, do tamanho de uma ervilha, que está localizada no centro geométrico da cabeça. Ela é a grande maestra do sistema endócrino: controla as funções da tireoide, das adrenais, das mamas, do crescimento, do controle hídrico e o sistema das gônadas. Para tal, produz ou distribui diferentes hormônios: GH (hormônio do crescimento), prolactina, ACTH, TSH, LH, FSH, ADH e ocitocina. Variações na produção destes podem levar a diversos problemas de saúde.

Quais são as principais doenças da hipófise? 
As doenças são causadas por produção diminuída ou aumentada dos hormônios produzidos pela hipófise, geralmente por tumores benignos na glândula.

Hormônio prolactina - seu excesso ocasiona produção de leite pelas mamas, perda da libido, irregularidades menstruais, infertilidade e alterações ósseas; 

Hormônio ACTH (adrenocorticotrófico) - atua estimulando as glândulas suprarrenais (ou adrenais), que produzem o cortisol e vários outros hormônios - seu excesso leva à doença de Cushing;

Hormônio GH (do crescimento) - ocasiona gigantismo em crianças ou acromegalia (aumento das extremidades) em adultos.​

O que causa o excesso na produção dos hormônios pela hipófise? 

Geralmente, são tumores. Eles representam cerca de um quinto de todos os tumores cerebrais, e alguns de seus tipos predominam nitidamente em mulheres. Esses tumores podem secretar os hormônios hipofisários, só que em quantidade muito maior. Isso pode levar a diferentes patologias, dependendo do hormônio secretado. 

Vale ressaltar que esses tumores têm um comportamento benigno, sendo que sua principal consequência, muitas vezes, é a própria secreção aumentada do hormônio. Em alguns casos, observa-se também dor de cabeça e alterações na visão, pois são tumores que ficam muito próximos aos nervos responsáveis pela visão. 

Como identificar os tumores da hipófise? 
O diagnóstico dos tumores de hipófise é feito por meio de ressonância magnética. 

Quais são os tipos de tumor que acometem a hipófise? 
Os mais comuns os prolactinomas, que secretam em excesso o hormônio prolactina. Esse hormônio, envolvido na lactação, está naturalmente elevado durante a amamentação. Seu excesso causado por um tumor promove lactação fora de hora. Esse tipo de tumor de hipófise é o mais comum e é o único cujo tratamento é feito preferencialmente por meio de medicação, cuja eficácia atinge 85 a 90% das pessoas. São mais comuns em mulheres, mas também podem afetar os homens. Raramente levarão à produção de leite, já que o tecido mamário é muito escasso no sexo masculino. 

Os tumores que secretam o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) também são um pouco mais frequentes em mulheres. Esse é o hormônio que controla as glândulas suprarrenais e, portanto, a secreção do hormônio cortisol, que é importante nas reações de stress do organismo. 

O excesso desse hormônio dá origem a uma doença conhecida como Cushing, em que ocorre ganho de peso, alteração menstrual e estrias vermelhas e grossas em abdômen, penas e braços. Além disso, a doença causa hipertensão arterial e diabetes, que contribuem decisivamente para uma piora da saúde em geral.

O tumor hipofisário pode secretar excesso de hormônio de crescimento (GH). Se isso ocorrer em crianças e adolescentes, crescerão demasiado, tornando-se gigantes. Se ocorrer em adultos, as extremidades (mãos, pés, nariz, língua) crescerão, dando origem à acromegalia. As pessoas com esse tipo de tumor possuem risco aumentado para o aparecimento de tumores em outras partes do corpo, assim como de problemas cardíacos, hipertensão arterial e diabetes. 

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Todos os tumores da hipófise secretam hormônios? 
Não. Cerca da metade dos tumores da hipófise não secreta nenhum tipo de hormônio, e causa sintomas somente quando atinge tamanho suficiente para comprimir as estruturas cerebrais ao redor, em especial os nervos da visão.

Há tratamento para os tumores da hipófise? 
O tratamento adequado deve ser iniciado o mais rápido possível e pode levar ao desaparecimento completo dos sintomas, bem como à diminuição dos riscos à saúde que ocasionam.  

Pode ser medicamentoso ou cirúrgico, dependendo do tipo de hormônio secretado. O tratamento cirúrgico é o preferido da maioria das pessoas que possuem tumores hipofisários que não sejam prolactinomas. A cirurgia hipofisária desenvolveu-se enormemente nas últimas décadas e, hoje, há a cirurgia minimamente invasiva por endoscópio, sem abrir o crânio e com recuperação extremamente rápida do paciente e menor chance de complicações. No entanto, em alguns casos ainda pode ser necessária a cirurgia convencional, dependendo do tamanho do tumor. 

Como é feita a cirurgia endoscópica de base de crânio? 
A neuroendoscopia revolucionou o tratamento de tumores hipofisários na última década. Times multidisciplinares com neurocirurgiões, otorrinolaringologistas e endocrinologistas, trabalhando em conjunto, utilizam endoscópios de altíssima resolução (2D ou 3D) para a retirada do tumor e a preservação da hipófise. Além disso, métodos de imagem de alta resolução, como a neuronavegação e a ressonância magnética foram incorporados pelos cirurgiões que operam a glândula.

consultoria: Dra. Roberta Frota Vilas Boas, endocrinologista do H9J

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