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Leucemia: saiba tudo sobre a doença

Diagnóstico precoce aumenta a perspectiva de cura

​Estima-se mais de 11 mil casos de leucemia no Brasil no triênio 2003-2025, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer). Saiba mais sobre esse que é o tipo mais comum de câncer em crianças e adolescentes. Sintomas, diagnóstico e tratamento, a partir de agora.  

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O que é Leucemia? 

Leucemia é uma doença maligna que afeta os glóbulos brancos (leucócitos), sendo o tipo mais comum de câncer no sangue. Ela é caracterizada por uma proliferação descontrolada de células tumorais na medula óssea, o local onde as células sanguíneas são produzidas.  

A doença surge quando uma célula sanguínea não alcança a maturidade, sofre uma mutação e se transforma em uma célula cancerosa, que começa a substituir as células saudáveis. 

O que pode causar leucemia? 

A causa exata da leucemia não é totalmente compreendida, mas acredita-se que sua ocorrência possa estar associada a diversos fatores de risco que incluem: 

  • Tabagismo; 
  • Exposição ao benzeno (um produto químico presente na gasolina e na indústria química); 
  • Idade avançada, que poderia trazer uma maior vulnerabilidade com o passar dos anos; 
  • Exposição à irradiação iônica, como aquela proveniente de tratamentos de radioterapia ou exposição a altos níveis de radiação ambiental; 
  • Doenças hereditárias como síndrome de Down. 

​ Quais são os sintomas de leucemia? 

Identificar a leucemia em seus estágios iniciais é desafiador devido à semelhança entre seus sintomas e os de muitas outras condições médicas. Por isso, é importante estar alerta para as seguintes manifestações: 

  • Anemia: caracterizada por palidez, cansaço, fraqueza e taquicardia; 
  • Leucopenia: uma contagem baixa de leucócitos (glóbulos brancos) torna o paciente mais suscetível a infecções. Embora seja incomum a ocorrência de infecções graves no momento do diagnóstico, essa condição aumenta o risco de infecções ao longo do tempo. 
  • Plaquetopenia: a baixa contagem de plaquetas no sangue (trombocitopenia) pode resultar em sangramentos cutâneos e mucosos, manifestando-se frequentemente como petéquias, equimoses (manchas roxas na pele devido a sangramentos) e enantemas. 
  • Dor óssea: consequência da expansão dos blastos (células cancerígenas imaturas) na medula óssea. 
  • Febre, irritabilidade e mal-estar. 
  • Manifestações neurológicas: Embora incomuns, podem ocorrer devido à infiltração das células leucêmicas no sistema nervoso central ou em outras partes do corpo. 
  • Linfonodomegalias e hepatoesplenomegalia: ou seja, o aumento dos linfonodos (gânglios linfáticos) e do fígado e baço, respectivamente, devido à infiltração desses órgãos pelas células leucêmicas. 
  • Infiltração de gengiva: o aumento ou inflamação das gengivas pode ocorrer devido à proliferação das células anormais nessa área. 

​Como são as manchas da leucemia? 

Geralmente, são "pintinhas" vermelhas e manchas roxas que costumam aparecer nas pernas. Costumam ser resultados da queda na produção de plaquetas, responsáveis pela coagulação do sangue. 

Como identificar os sintomas de leucemia infantil? 

Para identificar os sintomas de leucemia infantil, atente-se aos seguintes sinais: 

  • Palidez; 
  • Cansaço; 
  • Hematomas facilmente formados; 
  • Febre; 
  • Infecções de repetição; 
  • Surgimento de linfonodos (caroços); 
  • Dor nos ossos e nas juntas; 
  • Suor noturno. 

​Vale ressaltar que estes são sintomas comuns em outras doenças. Por isso, caso os responsáveis identifiquem alguns deles, a recomendação é levar a criança ao pediatra, uma vez que o profissional poderá solicitar um exame de sangue para checar a condição. 

Quais são os tipos de leucemia? 

As leucemias são classificadas conforme a rapidez com que a doença progride (aguda ou crônica) e o tipo de célula sanguínea afetada (linfocítica ou mieloide).  

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A seguir, saiba alguns detalhes sobre as mais comuns. 

Leucemia mieloide aguda (LMA) 

A leucemia mieloide aguda (LMA) é um tipo de leucemia aguda, que se insere em um grupo heterogêneo de neoplasias hematológicas malignas caracterizadas pela sua natureza agressiva.  

É marcada pelo bloqueio na diferenciação celular e pela expansão clonal de precursores hematopoiéticos (células precursoras do sangue) na medula óssea. Isso leva à produção excessiva de células malignas, conhecidas como blastos, que ocupam a medula óssea e interferem na hematopoiese normal — o processo pelo qual as células sanguíneas são produzidas.  

Avança de maneira rápida e pode afetar indivíduos de todas as faixas etárias, mas apresenta picos de incidência entre crianças e indivíduos mais velhos. 

Leucemia linfoblástica aguda (LLA) 

Também conhecida como leucemia linfoide aguda, é um tipo de câncer no sangue que ataca as células linfoides precursoras, responsáveis pela formação de linfócitos. 

Tem progressão rápida e é especialmente prevalente em crianças, sendo o tipo de leucemia mais comum nesta faixa etária, embora também possa afetar adultos. 

Leucemia mieloide crônica (LMC) 

Caracterizada por um desenvolvimento lento, é um tipo de leucemia que afeta as células mieloides maduras da medula óssea. Essa condição leva a uma superprodução de glóbulos brancos, resultando em um acúmulo anormal dessas células na medula óssea e no sangue. 

​É um tipo de leucemia mais prevalente entre os adultos, ocorrendo raramente em crianças. 

Leucemia linfocítica crônica (LLC) 

A leucemia linfocítica crônica é um tipo de câncer que afeta o sistema hematopoiético, especificamente os linfócitos, que são um dos principais tipos de leucócitos (glóbulos brancos) no corpo.  

Sua característica marcante é o aumento anormal no número de linfócitos. Esses linfócitos aumentados são patológicos, ou seja, são células anormais e idênticas entre si, indicando uma proliferação que é típica dos processos cancerígenos. 

É um tipo de leucemia que evolui lentamente e costuma ser mais comum em idosos, embora também possa acometer jovens e adultos. 

Como é feito o diagnóstico? 

Primeiramente, o diagnóstico de leucemia começa com uma avaliação detalhada do histórico clínico e familiar do paciente, feita por um hematologista, especialista em doenças do sangue.  

Depois, é necessária a realização de exames de sangue para verificar a contagem de células sanguíneas e identificar possíveis anormalidades. Um hemograma completo é solicitado para medir a quantidade de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas presentes no sangue. 

Quais exames podem detectar e leucemia? 

Além do hemograma completo, para confirmar o diagnóstico de leucemia e determinar o tipo específico da doença, na maioria dos casos de leucemias agudas, é necessário realizar uma avaliação da medula óssea, conhecida como mielograma. Este procedimento envolve a coleta de uma amostra da medula óssea, geralmente via punção realizada no osso da bacia ou no esterno (osso do peito), permitindo a aspiração do sangue da medula para análise. Além disso, são empregados outros exames complementares como: 

  • Imunofenotipagem: que ajuda a identificar as características das células cancerígenas; 
  • Cariótipo: para analisar as alterações cromossômicas; 
  • FISH (hibridização in situ por imunofluorescência): que detecta alterações genéticas específicas; 
  • Marcadores moleculares específicos (como TP53 para LLC, BCRABL para LMC e PMLRARA para leucemia promielocítica aguda) 
  • NGS (sequenciamento de nova geração): técnica avançada que permite uma análise detalhada das mutações genéticas. 

​Leucemia tem cura? 

Sim, mas a possibilidade de cura varia significativamente de acordo com vários fatores. Entre eles, o tipo específico de leucemia, a presença de alterações genéticas que podem influenciar o prognóstico para melhor ou pior, a idade do paciente, a presença de comorbidades, a rapidez com que a doença é diagnosticada e se esse diagnóstico foi realizado precocemente. 

Alguns tipos de leucemia, por exemplo, podem ser extremamente agressivos, especialmente em pacientes idosos com outras condições de saúde, e podem levar a óbito em poucos dias. Por outro lado, existem casos de leucemia com alta chance de cura, onde os pacientes podem ter uma sobrevida muito semelhante à da população geral.  

Portanto, o diagnóstico precoce é crucial para um desfecho positivo, pois permite que o tratamento adequado seja iniciado o mais rápido possível. 

Qual médico procurar? 

Um hematologista, médico especialista em doenças do sangue, é um profissional que poderá realizar uma avaliação detalhada do paciente com sinais e sintomas de leucemia. 

Como é feito o tratamento? 

O tratamento visa destruir principalmente as células leucêmicas na medula óssea, permitindo assim que ela recupere sua função normal e comece a produzir células sanguíneas saudáveis. Pode variar conforme o tipo de leucemia diagnosticada no paciente, seguindo estratégias específicas para cada caso.   

Leucemia linfoide crônica: o tratamento pode iniciar com um período de observação sem intervenção médica imediata, conhecido como "observar/vigiar" (do inglês,watch and wait), caso a doença esteja progredindo lentamente e não esteja causando sintomas significativos.   

Agora, quando o tratamento se faz necessário, será realizado conforme diversos fatores, incluindo a idade do paciente, seu estado geral de saúde, a existência de comorbidades e as características genéticas da doença. Nesse sentido, pode incluir a administração de medicamentos por via oral ou venosa, destinados a controlar a proliferação das células leucêmicas e gerenciar os sintomas. 

Leucemia mieloide crônica: geralmente, envolve a administração contínua de medicamentos orais, que devem ser tomados pelo paciente durante toda a vida, cujo alvo é a proteína produzida pelo cromossomo Philadelphia, uma característica comum da LMC, ajudando a controlar o crescimento das células leucêmicas.  

Leucemia aguda (LLA e LMA): o tratamento é mais intensivo e pode durar aproximadamente dois anos, dependendo do prognóstico do paciente. Geralmente inclui quimioterapia, que pode ser combinada com radioterapia ou terapia alvo, dependendo das características específicas da leucemia.   

Exclusivamente para a LLA do tipo B, ainda existe a terapia com células CAR T-Cell, um tratamento inovador que envolve a utilização das células T do próprio paciente, coletadas, modificadas em laboratório para reconhecer e atacar células cancerosas, e depois reintroduzidas no paciente. Em outras palavras, trata-se de uma abordagem que transforma as células T em agentes terapêuticos específicos contra o câncer, oferecendo uma estratégia direcionada e eficaz para combater a doença.  
Contudo, em casos mais graves ou quando outros tratamentos não são eficazes, pode ser necessário realizar um transplante de medula óssea. Esse procedimento busca substituir a medula óssea doente por células saudáveis de um doador compatível, oferecendo a chance de cura ou de controle a longo prazo da doença. ​

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